A corrida húngara foi, de uma certa forma, a prova de um passeio para Lewis Hamilton, que aproveitou a desvantagem dos Ferrari para alcançar uma vantagem que já é superior a uma corrida, ou seja, tem tudo para poder ser campeão este ano, se a máquina - ou o piloto - não falhar. E se na frente, nunca foi incomodado, graças aos esforços do seu Sancho Pança, Valtteri Bottas, por muito pouco, ele não lhe deu o bónus de atirar para fora o seu rival na luta pelo título e ir de férias com a taça na mão.
E tudo isto no dia em que Fernando Alonso comemorou o seu 37º aniversário natalício, comemorado com as máscaras da ocasião...
Contudo, a corrida foi mais do que isso, pois também tivemos mais incidentes, ultrapassagens, estratégias e desistências. Não foi uma excelente corrida, mas de aborrecida, pouco ou nada teve, especialmente nas últimas voltas. Apenas o líder é que não foi incomodado.
Nos céus azuis de Budapeste, depois do sábado chuvoso, o domingo estava verdadeiramente de verão. A partida aconteceu sem grandes incidentes. Hamilton manteve-se na liderança, com Bottas a aguentar as investidas de Raikkonen e Vettel, enquanto atrás, Ricciardo perdia quatro lugares, provavelmente com um contacto com alguém. E mais atrás, a corrida de Charles Leclerc acabaria no final da primeira volta, provavelmente por algum problema mecânico.
As coisas na frente andariam calmas até à volta seis, quando o motor de Max Verstappen ficou sem potência e acabaria por encostar à berma de vez. O Virtual Safety Car estava em ação por momentos, antes de voltar tudo ao normal. Agora, Gasly era quinto, mas estava a oito segundos de Raikkonen, e Ricciardo passou Alonso para ser 11º.
Ricciardo começou a subir lugares atrás de lugares, e pela volta 15, já era oitavo, depois de passar Brendon Hartley, ao mesmo tempo que Raikkonen ia às boxes para fazer a sua troca de pneus. Na saída das boxes, o australiano já tinha passado Carlos Sainz Jr. para ser sétimo. E também por esta altura, Bottas parava nas boxes, colocando pneus médios e Gasly... em terceiro. Três voltas depois, o finlandês da Mercedes passava o francês da Toro Rosso e tentava apanhar o alemão da Ferrari. E na volta 21, Ricciardo passou Magnuseen para ser sexto para na volta seguinte Raikkonen passar Gasly para ser terceiro.
Hamilton acabou por parar na volta 27, com Vettel a aproveitar para aumentar o ritmo, para tentar ter uma chance quando fosse a sua vez de trocar de pneus. Ambos tinham ritmos semelhantes, e para piorar as coisas, para o lado da Mercedes, Vettel conseguia afastar-se do inglês, que tinha pneus... mais novos. Atrás, Bottas era pressionado por Raikkonen, e Ricciardo já tinha passado Gasly para ser quinto.
Vettel chegou às boxes na volta 39, para trocar para ultras, depois de Raikkonen ter trocado pela segunda vez. Mas a troca correu mal e ficou atrás de Bottas, para ser terceiro, de uma certa forma, a sua corrida estaria mais dificultada. A diferença entre os três primeiros era de oito segundos, mas ao alemão, tinha Bottas a dificultar-lhe a vida, apesar do alemão ter ultras calçados.
Ricciardo parou na volta 45, quando já era quarto, e como andava a corrida, parecia que tudo estava decidido. Mas na volta 51, Stoffel Vandoorne teve problemas no seu carro e acabou na berma, que deu novamente em Safety Car Virtual, e que durou o tempo suficiente para tirar o carro da berma. No regresso da bandeira verde, Vettel atacou Bottas para tentar ser segundo e ir em perseguição de Hamilton, e Raikkonen aproximava-se de ambos.
Vettel atacou Bottas - agora a fazer muito bem o seu papel de escudeiro - mas com Raikkonen a andar bem mais veloz que todos eles, chegamos ao momento do embraçado: deixar passar Raikkonen para tentar a sua sorte ou mantêm-se a hierarquia? E no meio disto tudo, Hamilton tem 22 segundos de vantagem. Se nada acontecesse ao seu carro, a vitória era dele.
Vettel atacou Bottas na volta 66 e o alemão passou, mas na curca 3, quando lutavam pelo segundo posto, o finlandês tocou na traseira do alemão, com o piloto da Mercedes a perder a asa dianteira, e havia receios de Vettel de sofrer um furo. Felizmente, nada havia, mas o finlandês iria cair para o quinto posto, com a troca de asa. Mas o finlandês defendeu.se dos ataques do australiano, e tocaram-se no final da reta. Ambos continuaram e na última volta, trocaram de posições.
Claro, o maior beneficiado foi Hamilton que, tranquilo, rumou para mais uma vitória, com os Ferrari a acompanhá-lo no pódio, derrotados, porque este deveria ter sido o seu curcuito... mas não foi. Daniel Ricciardo ficou com o quarto posto, depois de Bottas o ter deixado passar - e ainda teve dez segundos de penalização como "prenda", na frente de Pierre Gasly, que mais uma vez, ficou nos pontos, num honroso sexto posto. Magnussen ficou na frente de Fernando Alonso, no duelo pessoal a três pelo sétimo posto da geral - o outro piloto é Nico Hulkenberg - e a fechar o "top ten" ficou Carlos Sainz Jr. e Romain Grosjean.
Agora, a Formula 1 vai tirar quatro semanas de férias, que bem merece. Depois, volta o ritmo frenético, a partir de Spa-Francochamps.
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