A corrida austríaca era a segunda prova seguida na Formula 1. Depois da Mercedes ter dominado em Paul Ricard, e do espectáculo que tinham dado na qualificação da véspera, com Valtteri Bottas a ser melhor que Lewis Hamilton, parecia que iria ser mais um passeio para os Mercedes. Contudo, o resultado final desta corrida no Red Bull Ring foi algo completamente diferente e inesquecível: desde o GP de Espanha de 2016 que nenhum dos Mercedes terminou a corrida, e não foram eliminados por um qualquer acidente. Foram problemas mecânicos que os tiraram fora de cena. E só por aí que esta corrida se tornou memorável. E a lembrar provas de antigamente.
Hoje, o Red Bull Ring estava a receber os seus espectadores num belo dia de verão nos Alpes austríacos. E num dia de verão, o asfalto estava a queimar, com temperaturas a rondar os 50 graus Celsius. Logo, os hipermoles não iriam aguentar muito naquele asfalto, uma vantagem para os que estavam atrás do "top ten". Aliás, era assim que Fernando Alonso decidiu largar das boxes, depois de um problema no seu carro. E logo, era ele que decidia que pneu iria usar. Usou os moles, os mais duros da hierarquia disponível na pista austríaca.
A partida foi agitada, com constantes trocas de posições, e os Mercedes levavam a melhor sobre o Ferrari de Kimi Raikkonen, com Sebastian Vettel a cair para oitavo. Porém, passou ambos os Haas para ser sexto no final da primeira volta. Os Red Bull andavam entre o terceiro e o quinto posto, com Max Verstappen e Daniel Ricciardo a trocarem de lugares com Raikkonen, mas depois, o piloto da Ferrari levaou a melhor. E claro, os Mercedes, com Hamilton a ser melhor que Bottas, começaram a afastar-se do pelotão.
Atrás, Stoffel Vandoorne sofreu um toque, que fez quebrar (mais uma) asa dianteira e foi para as boxes trocá-la. E claro, após cinco voltas, perdeu uma volta para os líderes. Charles Leclerc saiu de pista na volta dois, mas acabou por recuperar e ficar no final do pelotão, apenas com Vandoorne atrás dele.
Com os três primeiros estáveis, via-se agora que Ricciardo estava a apanhar Raikkonen para ver se ficava no último lugar do pódio.
Na volta 12, Nico Hulkenberg torna-se na primeira desistência da corrida quando o seu motor explodiu, mas duas voltas depois, a mesma coisa acontecia a Valtteri Bottas, quando perdeu pressão hidráulica no seu Mercedes, deixando Hamilton ainda mais isolado. E isso causou um SC virtual, a ocasião ideal para os Ferrari e o Red Bull de Max Verstappen, entre outros trocarem de pneus.
Quando a corrida voltou ao verde, Ricciardo foi atrás de Raikkonen até o passar e ser terceiro. Hamilton estava tranquilo na frente até à volta 25, quando foi trocar de pneus - metendo os moles - e caiu para quarto, atrás dos Red Bull e do Ferrari de Raikkonen. O inglês agora tinha pela frente ossos duros de roer, e mesmo o DRS não iria ajudar muito. Nesta altura, na frente, Max tinha uma vantagem de cinco segundos sobre Ricciardo.
Claro, todos começaram a ver aqueles três para ver como é que isso iria acabar. Ainda por cima, Vettel aproximou-se da traseira de Hamilton, depois de se queixar de não ter toda a potência do seu carro. Mas na volta 38, Raikkonen passou Ricciardo e ficou com o segundo posto, ainda por cima, com problemas de um dos pneus do australiano. Este foi para as boxes, trocar pneus - meteu supermoles - enquanto na volta seguinte, Vettel conseguiu passar Hamilton para ser terceiro.
Max, calmo, estava na frente, mas atrás, parecia que os pilotos começavam a ter problemas com a degradação dos pneus - a temperatura do asfalto estava alta - e tudo estava a olhar para as borrachas uns dos outros para ver qual deles é que acabava primeiro. Contudo, esses pneus não iriam aguentar tanto e na volta 53, Hamilton voltava às boxes, e duas voltas depois... novo golpe de teatro, com Daniel Ricciardo a retirar-se. A terceira grande retirada desta corrida.
Mas a parte final as coisas ficaram ainda piores. Na volta 65, Hamilton tinha problemas com o seu carro e abandonava, deixando os Mercedes sem ninguém nos pontos, algo invulgar. Desde o GP de Espanha de 2016, quando ambos se auto-eliminaram.
Mas na frente, Max Verstappen estava tranquilo e inalcançável. Os Ferrari também ficavam calmos, mas tentavam apanhar o holandês da Red Bull, mas não pareciam que poderiam apanhar. Contudo, com as desistências, havia pessoal a suster a respiração. Mas na meta, Verstappen vencia em casa, com os Ferrari logo atrás. Romain Grosjean dava à Haas o seu melhor resultado de sempre, no seu 50º Grande Prémio, na frente de Kevin Magnussen, e depois vieram os Force India, o McLaren de Fernando Alonso e os Sauber de Charles Leclerc e Marcus Ericsson.
Em rescaldo, com as desistências de hoje, a classificação deu novo trambolhão, com Sebastian Vettel a ser o maior beneficiado disto tudo, apesar do lugar mais baixo do pódio. É que ele chega a Silverstone com um ponto de avanço, e tirou todo o avanço de Hamilton tinha conseguido na corrida anterior. E agora Hamilton vê Raikkonen aproximar-se, pois apenas 43 pontos separam ambos os pilotos.
Dentro de uma semana, há mais!
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