quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A imagem do dia

Nigel Mansell no GP da Grã-Bretanha de 1983, onde acabou no quarto posto com o Lotus 94T com motor Renault, desenhado por Gerard Ducarouge.

Sobre "Our Nige" ou o "brutânico", que faz hoje 65 anos, se calhar, já se disse muita coisa sobre a sua carreira. Do seu inicio, de como chegou à Lotus, depois à Williams, Ferrari - a última escolha de Enzo Ferrari - e o seu final na McLaren, ou os títulos mundiais que perdeu e aquele que ganhou, bem como a sua aventura na IndyCar e de como a sua versatilidade de fome de vencer seduziu Paul Newman, por exemplo. 

O que poucos sabem foi como ele chegou ali e como ele se manteve ao longo dos seus primeiros tempos, muito difíceis. Muito antes da Williams e do seu "Red Five". Não foi o filho de pai rico - os pais não eram fãs de automobilismo - e ele começou na Formula Ford em 1976. Mas ganhou logo na sue primeira corrida, e no final de 1977, tinha vencido 33 das 42 corridas que tinha participado, mesmo com um acidente que lhe fraturou o pescoço e o fez passar dores ao longo da sua vida. Dois anos depois, na Formula 3, a sua carreira poderia ter acabado ainda antes de começar, quando um acidente cm Andrea de Cesaris causou-lhe fraturas numa vértebra. 

Quem lhe salvou foi Colin Chapman. Primeiro, convidou-o a fazer um teste com o modelo 79 em Le Castelet, para saber se poderia ficar com o segundo lugar da equipa, que tinha vagado quando Carlos Reutemann foi para a Williams. Fazendo boa figura - mas não o suficiente para ficar com o segundo lugar da marca para 1980, que ficou para Elio de Angelis - acabou como piloto de testes. Mas a sua velocidade foi o suficiente para que a meio do ano, se estreasse como terceiro piloto, em três provas: Austria, Holanda e Itália.

No final da temporada, tinha todos contra ele, especialmente David Thiemme, o homem por trás da Essex, Mas Chapman acreditava nele, apesar de ele ser sempre mais lento que De Angelis. E muito mal pago: apenas ganhava 50 mil libras por temporada. Tanto que ia aceitar uma oferta para correr nas 24 Horas de Le Mans em 1982, de dez mil libras. Chapman ofereceu-lhe dez mil libras... para não correr, e ele aceitou. Mais tarde, fez-lhe um contrato milionário até 1984, e ganhou dele toda a amizade e respeito.

Os seus tempos na Lotus foram difíceis, especialmente quando Chapman morreu, no final de 1982. Peter Warr detestava-o e quando no final de 1984, contratou Ayrton Senna, Mansell foi o elo mais fraco. Quando se foi, Warr sentenciou: "ele nunca vencerá uma corrida enquanto eu tiver um buraco no meu rabo".

Já sabem o resto da história. Bom saber que Warr viveu para ver Mansell ser um dos melhores da sua geração. E espero que tenha tido tempo para reconhecer que estava errado.

1 comentário:

  1. Discordo completamente. Mansell foi batido seguidamente e só venceu em 1992 porque seu carro era muito superior aos demais.

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Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...