quinta-feira, 2 de agosto de 2018

No Nobres do Grid deste mês...


Já disse por aqui, mais que uma vez, que o futuro será elétrico. Vai ser outro "admirável mundo novo", onde muito do que conhecemos em termos não só dos automóveis como da condução, da estrutura dos carros, e de como os manteremos, entre outros, será totalmente modificado em relação ao que aprendemos no passado e o que vemos agora. Contudo, em 2018, apesar de todas estas novidades que ouvimos todos os dias, e de muitas noticias a favor e contra, o que se pode dizer sobre a tecnologia, os carros, os pontos de carregamento, entre outros, é que existe um vasto desconhecimento. Ainda é uma elite, apesar de vermos cada vez mais carros a circularem nas ruas. E em Portugal, organizações como a UVE, Utilizadores de Veículos Elétricos, esforçam-se para divulgar este mundo novo.

E este ano, a cidade onde moro teve a chance de receber o Encontro Nacional de Veículos Elétricos (ENVE), que aconteceu no fim de semana de 7 e 8 de julho. Ali, tinha a oportunidade de visitar e ver o que de importante iria ser mostrado, e ouvir as pessoas sobre o panorama atual e o que está planeado para o futuro. E daquilo que vi deu-me esperança... e alguma preocupação.

(...)

Tesla, Smart, Renault, Nissan, Hyundai, BMW, Kia, todos tinham os seus modelos elétricos, bem como carros para teste de estrada. A Toyota tinha um carro raro: um híbrido entre electricidade e hidrogénio, com uma capacidade de até 1200 quilómetros. Não experimentei esse carro - outro dos modelos presenciais, como o Jaguar - mas a chance de andar de Tesla ou de Renault era grande, e foi o que fiz. Notaram-se duas coisas nas curtas viagens de teste: o silêncio e o poder de torque que estes carros têm. Quando se fala que determinado carro tem - vamos supor, 500 cavalos - isso está disponível desde o primeiro segundo. Diferente de um carro com motor a combustão, que tens essa potência de modo progressivo, através de uma caixa de velocidades. E é essa a grande diferença.

O Renault é bom, mas o Tesla é fantástico. Mas para o bolso do "comum dos mortais", é o Renault que vai ganhar, porque se pode comprar entre os 18 e os 23 mil euros, antes dos incentivos, e o Tesla Model S é um modelo de luxo, a rondar os cem mil euros. 

Mas havia outras "aves raras" expostas naquela exposição. Havia um Tesla Roadster, que tinha participado num rali um mês antes, e um Fisker Karma, este o único existente em Portugal, importado através da firma Zeev.pt, dedicado à importação de veículos elétricos. 

E não havia só carros puramente elétricos ou híbridos. Estava também um Land Rover sem motor de combustão. A ideia era de mostrar as virtudes da conversão de um carro normal, feito para acolher um motor de combustão interna, para os motores elétricos.

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No segundo - e último - dia, basicamente, as coisas eram mais ou menos as mesmas, com a grande excepção do desfile final, pelas ruas da cidade. (...) foi... o mais silencioso que já vi. Eram cerca de duzentos carros presentes, vindos um pouco por todo o país, de todos os modelos expostos e foram mostrar-se à cidade, num domingo à tarde onde se notava que muitos preferiram ir à praia do que ver o futuro da mobilidade nas cidades.

E o silêncio do desfile até foi uma maneira de mostrar a diferença. Não é preciso fazer barulho ou cheirar mal para mostrar que estão ali. Aliás, é precisamente o contrário. Está cada vez mais provado, através de estudos médicos na Europa e nos Estados Unidos que a poluição por causa do Diesel - que contêm dióxido de azoto - é causa do aumento dos casos de asma e rinites alérgicas um pouco por todo o mundo industrializado. E é por isso que tivemos o "Dieselgate", o escândalo da adulteração das emissões de gases poluentes. O facto de as construtoras automóveis terem cada vez mais dificuldade em cumprir as obrigações da União Europeia em relação aos gases de escape fazem com que seja mais fácil falsificar os testes ambientais do que converter a sua tecnologia para a eletricidade. Agora estão a fazer, mas à custa de biliões de dólares de multas por parte da União Europeia e do governo americano, que os obrigou a comprar os carros a Diesel para os sucatear.

(...)

Não é todos os dias que o futuro chega à tua cidade. E quando isso acontece, não perdes a oportunidade de os visitar. Num fim de semana de verão, viste os modelos que circulam por aí e entraste - e testaste - nos modelos que estão na berra, como o Tesla Model S, por exemplo. O Encontro Nacional de Veículos Elétricos foi a oportunidade de se mostrarem ao mundo que os veículos elétricos, que existem desde o inicio do automóvel e do automobilismo, agora vieram para ficar.

Tudo isto e muito mais podem ler este mês no Nobres do Grid

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