A W Series, uma competição destinada apenas para mulheres, foi hoje anunciada em Londres. Com Carmen Jordá como promotora, e apresentado por David Coulthard, será uma competição que começará no próximo ano e contará com 18 participantes, que correrão em chassis Tautuus de Formula 3, em diversas corridas na Europa, com a duração de meia hora cada uma.
Os prémios prometem ser compensadores: a vencedora ganhará meio milhão de dólares (cerca de 480 mil euros), num total de 1,5 milhões (1,3 milhões de euros).
Segundo conta a organização, as candidatas aprovadas seráo submetidas a um programa de treino completo, centrado em técnicas de direção, exposição em simuladores, abordagens técnicas de engenharia, condicionamento físico e exposição aos media, entre outros. Os conselheiros serão, para além de Coulthard, Adrian Newey, Dave Ryan, que geriu equipas como McLaren e Manor, e Matt Bishop, jornalista e relações públicas da McLaren F1.
“Para ser um piloto de corridas bem-sucedido, é preciso ser habilidoso, determinado, competitivo, corajoso e fisicamente apto, mas não é necessário possuir um nível de força super-poderosa, que alguns desportos exigem. E não é preciso ser um homem. É por isso que criámos a W Series, pois acreditamos firmemente que pilotos femininos e masculinos podem competir uns com os outros em igualdade de condições, se tiverem as mesmas oportunidades. De momento, porém, as mulheres tendem a alcançar um ‘teto de vidro’ em torno da GP3/Fórmula 3, na sua curva de aprendizagem, muitas vezes como resultado de uma grande falta de financiamento, e não tanto de falta de talento", começou por dizer Coulthard.
"É por isso que é necessária uma nova competição, a W Series, que pode estabelecer um habitat competitivo e construtivo de automobilismo, no qual as nossas pilotos poderão desenvolver o conjunto de habilidades necessárias para seguir em frente, até às atuais competições tradicionais de alto nível e competir com os melhores pilotos masculinos, em igualdade de condições”, concluiu.
Contudo, para além de apoiantes, há detratoras. Uma das que reagiu à W Series foi Pippa Mann. A piloto britânica, que corre na IndyCar Series, criticou violentamente a competição na sua conta do Twitter. Chamando-a de "Handmaid Racing Series", em relação à serie "The Handmaid's Tale" que passa na Netflix, afirmou que "é um dia triste para o desporto".
"Aqueles que têm dinheiro escolheram segregar em vez de apoiar. Estou desiludida por ver este passo atrás a se concretizar durante a minha existencia", comentou.
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