De repente, passou um quarto de século. De como boa parte da década de 80 terminou naquele dia, pois não foi só Alain Prost e o seu quarto título mundial. Foi o dia da última vitória de Ayrton Senna, o dia em que Riccardo Patrese pendurou de vez o seu capacete, depois de 256 Grandes Prémios. Ainda tivemos Andrea de Cesaris que provavelmente não tinha lugar para correr em 1994, mas que ainda iria ter uma chance de participar à custa das desgraças de outros, numa temporada atipica.
Mas naquele dia em Adelaide, ver encerrada uma temporada em que Prost dominou de forma burocrática e Senna deu o seu melhor numa máquina inferior - há quem diga que este provavelmente poderá ter sido a sua melhor temporada - e no final, a rivalidade entre ambos foi exatamente isso: uma rivalidade. Não uma guerra, e nenhum deles queria o pescoço um do outro. Apenas queriam ganhar.
Senna sabia que tinha um rival e soube aproveitar isso para dar o melhor de si. E em muitos aspectos, ele beneficiou, e noutros, foi Prost o beneficiado. No final, o francês tinha mais títulos e vitórias que o brasileiro, mas o francês tinha mais quatro temporadas que ele, e tudo indicava que bastava uma temporada ao mais alto nível para Senna o alcançar. E ainda por cima, ele iria ficar com o lugar dele. Não era oficial, mas todos no paddock sabiam.
Contudo, todos também sabiam que iria haver novos regulamentos para 1994, e boa parte da electrónica iria ser banida. E quem se adaptasse melhor a esses novos regulamentos sairia melhor. E não seria a Williams... não sabíamos, mas estávamos vivendo a bonança antes da tempestade.
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