Durante um mês, a Formula 1 preparou-se afincadamente para a corrida final da temporada, em terras japonesas. McLaren e Ferrari prepararam-se para a batalha que iria decidir o título mundial, com Mika Hakkinen e Michael Schumacher a lutarem pelo título, no palco de Suzuka, onde se iria disputar o GP do Japão.
Ao longo desse mês, ambas as equipas tinham-se desdobrado em testes, e para evitar incidentes como os de 1994 e no ano anterior, Luca de Montezemolo ordenou a Michael Schumacher para que evitasse novo incidente, colocando o seu lugar em jogo. A McLaren jogava todas as cartas em Hakkinen, que tinha vantagem e esperava vencer - pelo menos - para confirmar o título mundial.
Era uma corrida nostálgica para a Tyrrell, onde 28 anos depois da sua primeira corrida, no Canadá, se despedia da Formula 1. Ken Tyrrell tinha vendido a sua equipa para a British American Tobacco, que iria transformá-lo na British American Racing, e o velho lenhador iria gozar a reforma. Quem também iria embora da Formula 1 era a Goodyear, que estava na Formula 1 desde 1965. Eram 33 anos e mais de duzentas vitórias, mas a marca americana decidiu que era altura de ir embora.
De uma certa forma, com o final destas duas marcas, uma era chegava ao fim.
Na qualificação, Michael Schumacher levou a melhor sobre Mika Hakkinen. A diferença entre ambos tinha sido de 178 centésimos. Na segunda fila, David Coulthard tinha levado a melhor sobre Eddie Irvine, enquanto nas três filas seguintes viamos o monopólio da Williams - Heinz-Harld Frentzen na frente de Jacques Villeneuve - da Jordan - Ralf Schumacher na frente de Damon Hill - e da Benetton-Playlife - Alexander Wurz na frente de Giancarlo Fisichella. E ainda havia monopólios da Sauber na sexta linha - Johnny Herbert na frente de Jean Alesi - e da Prost, na sétima, com Olivier Panis na frente de Jarno Trulli.
Ricardo Rosset ficou fora dos 107 por cento e acabaria por não se qualificar para a corrida. Um final melancólico para a marca do velho lenhador, que alinharia para a corrida com apenas um carro.
A corrida só arrancou à terceira, pois na primeira tentativa, o carro de Jarno Trulli ficou parado na grelha. Na segunda tentativa, aconteceu um golpe de teatro: quando Schumacher meteu uma marcha, o motor do seu carro morreu e foi para o fundo da grelha, com Hakkinen e lançar-se na primeira posição, dando uma vantagem que não poderia dispensar.
Quando começou de verdade, Hakkinen foi-se embora com Irvine a passar Coulthard para ser segundo. Atrás, Schumacher passou pelo menos seis carros até à primeira curva, tentando chegar o mais depressa possível aos pontos. No final da primeira volta, já era 12º e estava ao ataque, e na quarta volta, estava à porta dos pontos, mas preso atrás de Damon Hill e Jacques Villeneuve, lutando pelo quinto posto.
Quando finalmente se livrou destes dois pilotos, Schumacher já tinha perdido meio minuto para Hakkinen, e as suas chances de título pareciam estar perdidas. Mas a sua primeira paragem para reabastecer correu bem e voltou à pista na terceira posição.
Na frente, Hakkinen estava tranquilo, apesar de Irvine tentar apanhá-lo, sem resultado. Na volta 28, o Minardi de Esteban Truero chegou à chicane colado ao Tyrrell de Tora Takagi, e ambos tocaram, acabando por abandonar. Houve destroços na pista, e Schumacher passou por cima deles. Quase de imediato, ficou com um furo no pneu traseiro direito, que demorou três voltas até rebentar em plena reta da meta. A sua extraordinária recuperação chegava ao fim, e as suas chances de título também.
A partir dali, Hakkinen levou o carro até ao fim como vencedor, enquanto Irvine e Coulthard o acompanharam ao pódio. O finlandês, um ano depois de ter ganho pela primeira vez, era, aos 30 anos de idade, campeão do mundo, e o segundo finlandês a sê-lo na história da Formula 1. E claro, a McLaren alcançava o seu oitavo título mundial de pilotos, sete anos depois do último.
Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o Jordan de Damon Hill e os Williams de Heinz-Harald Frentzen e Jacques Villeneuve.
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