quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

A imagem do dia


Fernando Alonso mostrou esta terça-feira que número irá usar nas 500 Milhas de Indianápolis de 2019. Do número 29 em 2017, agora usará o número 66, em tributo a Mark Donohue, que há 47 anos, deu à equipa de Bruce McLaren a sua primeira vitória. E agora que ele mostrou que numero vai usar, creio que é altura de falar sobre as circunstâncias sobre essa corrida que deu um triunfo importante. E não foi só a Donohue: foi também a Roger Penske, como construtor.

Bruce McLaren tinha levado os seus chassis desde 1966, primeiro para a CanAm, depois construindo carros para a USAC, a competição americana do qual a IndyCar acabou por ser sua herdeira. Primeiro, chassis para o próprio McLaren, Dennis Hulme e Peter Revson guiarem no "Brickyard", com resultados mais ou menos modestos. Aliás, parte da McLaren ainda estava em Indianápolis - arrumavam as coisas para rumarem a Mosport, para a primeira prova da CanAm - quando Bruce sofreu o seu acidente fatal, a 2 de junho de 1970.

Nos anos seguintes, a McLaren continuou a correr na competição, e foi graças a Penske que Donohue teve o seu primeiro sabor de Formula 1, ao alugar um M19A para o GP do Canadá, onde debaixo de chuva, mostrou ser muito veloz, acabando no terceiro lugar da geral.

No ano seguinte, Penske foi buscar um McLaren para a temporada da USAC, cujo ponto alto iria ser as 500 Milhas de Indianápolis. Num ano em que todos os pilotos qualificados eram americanos - Mário Andretti tinha há muito a nacionalidade americana - Donohue herdou a liderança na volta 188 quando Jerry Grant foi às boxes para reabastecer. Ficou na frente até ao final, sendo o terceiro piloto a liderar em menos voltas numa edição das 500 milhas até então. O resultado de Donohue superava o segundo posto de Peter Revson no ano anterior, o melhor que um chassis McLaren tinha obtido até então. 

Depois, a McLaren voltaria a vencer, em 1974 e 1976, ambos com Johnny Rutheford ao volante. Donohue não estaria vivo para ver a terceira vitória de um chassis da McLaren, mas sabia que tinha contribuído para o prestigio de dois nomes: McLaren e Penske. E agora, Fernando Alonso quer voltar a colocar o nome da McLaren na ribalta em terras americanas... embora ela não fabrique o chassis.

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