A Formula E, que já vai na sua quinta temporada, está a ter um sucesso, pois quase todas as equipas presentes são construtoras ou têm uma associação forte com construtoras de automóveis para desenvolver os seus sistemas de energia. Mas ao contrário da Formula 1, os custos são controlados. Os chassis são todos iguais, e as unidades de potência, também, para terem força igual. Aquilo que difere são os seus sistemas de armazenamento de energia.
E é por isso que os orçamentos são controlados. As equipas de fábrica têm cerca de 25 milhões de dólares de orçamento, cinco a dez por cento do que têm as equipas de Formula 1. Ou se quiserem, o que a Ferrari gasta por ano no salário de Sebastian Vettel, ou a Mercedes por Lewis Hamilton.
Mas as coisas começam a ficar um pouco preocupantes. As equipas de fábrica estão a gastar cada vez mais dinheiro, algo do qual a organização não deseja. E estão a gastar em algo inesperado: salários. Os pilotos são relativamente bem pagos - não nos números astronómicos da Formula 1 - mas quando o salário mais alto é de 1,6 milhões de euros, a organização começa a dar sinal de alerta.
Algo do qual os responsáveis das equipas justificam com o facto de numa competição tão igual como esta, é o talento do piloto que faz a diferença.
"No final do dia, a Fórmula E é um campeonato onde o piloto faz a diferença", disse Dieter Gass, chefe da Audi Abt, ao site e-racing365. “Você paga pelo que quer e pelo que deseja alcançar. Se o melhor piloto vale o dinheiro para alcançar o sucesso, você vai pagar.”
Gass, contudo, admite que poderão surgir problemas caso a Fórmula E continue a crescer na mesma maneira que tem crescido nos primeiros cinco anos de existência.
"Eu vejo problemas potenciais à frente, porque ainda está crescendo, mas crescendo rapidamente. Vai ser muito alto? Precisamos esperar, eu acho. Ainda é cedo [para chegar a tal conclusão]".
Gass também afirma que o tipo de campeonato que vai de dezembro a julho, diferente de muitas outras competições, tornou mais complexo o esquema de contratação de pilotos.
"Por um lado, há o risco de ser mais difícil para os pilotos fazer campeonatos em paralelo, porque o piloto não se pode comprometer contigo. O piloto corre o risco de potencialmente fechar as portas noutro campeonato caso se comprometa muito cedo com a Fórmula E. Com certeza o mercado de pilotos se tornou agora muito mais complexo”, concluiu.
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