Ayrton Senna na largada do GP do Brasil de 1994, na frente de Jean Alesi, Damon Hill e Michael Schumacher, numa foto tirada por Paul-Henri Cahier.
E de repente, passou-se um quarto de século. É uma parte impressionante da vida, se formos ver bem. Quando víamos naquela tarde o GP do Brasil de 1994, havia confiança a rebentar pelas costuras, e todos julgavam que seria um passeio para Ayrton Senna e a sua Williams, rumo a um quarto título mundial. Na realidade, não foi.
E de repente, passou-se um quarto de século. É uma parte impressionante da vida, se formos ver bem. Quando víamos naquela tarde o GP do Brasil de 1994, havia confiança a rebentar pelas costuras, e todos julgavam que seria um passeio para Ayrton Senna e a sua Williams, rumo a um quarto título mundial. Na realidade, não foi.
Mas também, na realidade, as pessoas acreditavam nisso porque a imprensa os tinha influenciado. Os brasileiros julgavam que na Williams, se Mansell conseguiu e Prost tambem, então cabia a Senna fazer a mesma coisa, se calhar melhor. O que desconheciam - e não olhávamos com atenção - é que os regulamentos tinham sido alterados durante o Inverno e o carro que Adrian Newey estava a desenhar, o FW16, tinha de se adaptar a um tempo onde quase todas as ajudas eletrónicas tinham sido banidas: o controle de tração e a suspensão ativa, entre outros.
O problema é que o carro adaptou-se mal. E do lado da Benetton, com o seu B194, este deu-se bem. Apesar das desconfianças, nunca totalmente esclarecidas, sobre se havia alguma ajuda eletrónica escondida.
O que se viu, naquela tarde de Interlagos, que Schumacher venceu Senna na estratégia das boxes, algo totalmente novo na altura - o reabastecimento estava de volta depois de onze anos de ausência - e viamos o surgimento de uma pessoa que era genial nesse tipo de abastecimento: Ross Brawn, alguém que tinha sido mecânico na March e Williams, e projetista na Jaguar de Endurance, antes de ir para a Benetton.
O resultado foi um balde de água fria, mas todos esperavam que as coisas melhorassem nas corridas seguintes, que o resultado fosse rectificado. Toda a gente sabe agora o final da história, mas na altura, foi um autêntico choque. E o que não estávamos a ver naquele momento é que tinhamos assistido ao final de uma era no automobilismo, e o inicio de outro. Numa das temporadas mais discutíveis, polémicas e trágicas da Formula 1.
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