Sexta corrida, sexto vencedor. O francês Jean-Eric Vergne superiorizou-se a Oliver Rowland e venceu o ePrix de Sanya, no sul da China. Numa corrida parada a meio devido ao acidente envolvendo o BMW da Alexander Sims, o grande beneficiado foi António Félix da Costa, que foi terceiro na corrida, mas saiu da estância balnear chinesa no comando do campeonato, com 62 pontos, um a mais que o belga Jerome D'Ambrosio.
Depois de uma qualificação onde os Nissan deram nas vistas, mas um incidente impediu Sebastien Buemi de sair dali com um potencial pole-position, as coisas pioraram ainda mais quando a organização decidiu penalizar o piloto suíço, por ter usado energia em excesso durante a sua volta de qualificação para a SuperPole. Assim, ficou fora do "top ten", acabando por partir das boxes.
A largada foi suave na frente... mas complicada atrás. Primeiro, Felipe Nasr ficou parado na grelha, antes de fazer arrancar, dar uma volta e abandonar nas boxes. Depois, no gancho, uma série de toques colocaram fora de prova os carros de Sam Bird e Stoffel Vandoorne. Buemi aproveitou para passar alguns carros e aproximar-se do meio do pelotão.
As coisas ficaram estáveis na frente, com Rowland na liderança, assediado por Vergne e Félix da Costa. Abt era quarto e Di Grassi tentava não perder o ritmo, sendo oitavo, atrás de Sims. Mas a 22 minutos do fim, na última curva antes da meta, Vergne atacou e passou Rowland, para ficar com a liderança. Félix da Costa era terceiro, assediado por Daniel Abt, André Lotterer e Alexander Sims. O português tentou fazer a mesma manobra alguns minutos depois, mas o inglês defendeu-se e arrancou o bico do BMW, sem, contudo, afetar o ritmo.
Atrás, a 17 minutos do fim, Sims tentou passar Lotterer para ficar com o quinto lugar, mas a manobra, feita no gancho, acabou mal para o britânico, companheiro de Félix da Costa na BMW. O alemão da Techeetah continuou, mas Sims, parado na pista, e com o carro danificado, a organização não teve outra chance senão colocar o Safety Car na pista... e depois mostrar a bandeira vermelha. Pela terceira corrida consecutiva, os carros eram recolhidos às boxes. Ao mesmo tempo, e discretamente, Nelson Piquet Jr bateu no muro e acabou por ali a sua corrida.
Quando voltaram à pista e a bandeira verde foi mostrada, faltavam dez minutos para o final da corrida, Vergne manteve a liderança, com Rowland em pressão sobre ele, determinado em recuperar a liderança perdida. Félix da Costa era terceiro, pressionado por Abt e Lotterer, com Di Grassi a ser sexto depois de passar Frijns. Mais tarde, o alemão da Techeetah passou o seu compatriota da Abt, e foi para cima do português da BMW, mas não conseguiu mais. E na última volta, Frijns travou tarde demais e bateu de lado no carro de Di Grassi, acabando ali ambas as suas corridas. Com isso, as bandeiras amarelas foram mostradas e foi assim que o piloto francês foi anunciado como vencedor.
No final, Vergne estava feliz: "É nossa primeira vitória como nova equipa, a DS Techeetah. Fico feliz por trazer essa vitória para a DS. Sempre é difícil quando você está a inicia tudo de novo. Depois de 20 corridas na zona de pontos, passar três sem pontuar é muito difícil. Falando por mim, não consegui dormir muito bem de Hong Kong para cá, mas seguir como uma equipa unida e trabalhar com o objetivo de ir em frente é algo que foi hoje recompensado. Não poderia estar mais feliz com o trabalho que fizemos", afirmou.
Quanto a Félix da Costa, o resultado pode não ter sido perfeito, mas o pragmatismo foi superior à sede de vencer, pois o objetivo é o campeonato.
"É óbvio que eu fico feliz com os pontos, mas queria um pouco mais hoje. Depois de seguir esses dois [Vergne e Rowland], eu senti que tinha carro para vencer, mas é difícil ultrapassar aqui e você precisa assumir riscos, principalmente para alguém como o Oliver [Rowland]", começou por dizer.
"Eu corri riscos em alguns momentos, ele travava tarde e houve riscos de acabar mal. Por sorte, tudo correu bem. Eu estava lá, não conseguia passar, então tinha que garantir que não iria começar a andar para trás. Enfim, é assim que as coisas são. Acho que ainda estamos na metade do campeonato e precisamos nos assegurar de que vamos estar lá [a lutar pelo título] em julho", concluiu.
Agora, Félix da Costa lidera com 62 pontos, mais um que D'Ambrosio. Vergne e Bird são terceiros, com 54, enquanto Di Grassi e Mortara são quintos, com 52. A Formula E ruma agora à Europa, onde correrá a 13 de abril, nas ruas de Roma.
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