O Dr. House, personagem interpretada por Hugh Laurie, costumava dizer o seguinte: "todos mentem". E lembrei-me disso quando li isto, ontem à tarde, no site da Formula 1 da BBC, quando o jornalista Chris Medland afirmou o seguinte: "as equipas estão sempre a mentir".
E prosseguiu:
"As equipas dizem regularmente que estão se concentrando apenas [nelas mesmas] durante o teste. E elas estão sempre mentindo. Há centenas de pessoas em cada equipa de Formula 1 e há sempre quem tem a capacidade de estar de olho nos seus rivais.
O desempenho é relativo. Afinal, as equipas querem saber onde se situam para entender seus próprios alvos. Mas também traços de carros diferentes podem ser fundamentais em situações de corrida - por exemplo, se um carro degrada rapidamente os seus pneus, é uma informação útil para os estrategas rivais.
Gil de Ferran admitiu que a McLaren está trabalhando duro para tentar resolver a ordem competitiva, e a Alfa Romeo fez com que alguns membros da sua equipa observassem [a concorrência] em várias ocasiões nesta semana".
Mais do que observar a concorrência, o que as equipas fazem é não mostrar o jogo agora, quando falta pouco para a nova temporada - três semanas, se tanto. Pode-se esconder à vista de toda a gente, andando mais lento para experimentar, por exemplo, como andam os carros em ritmo de corrida, que é sempre mais lento que o ritmo de qualificação. Foi o que fez a Mercedes, por exemplo. Os seus tempos andavam tão baixos que surgiram os rumores sobre a potência do novo motor. Afinal de contas, bastou calçar os pneus mais leves para fazer um tempo que os colocou no topo da tabela de tempos, quer com Lewis Hamilton, quer com Valtteri Bottas. Mas no meio dos rumores, ouvi dizer que isso tinha sido uma "exigência" da Sky Sports, que "adora levar ao colo" o seu piloto.
Confesso ter ouvido disparates mais consistentes que esse.
Acho que nestas coisas, têm de se ver para além da cronometragem. Sempre foi assim ao longo dos tempos, e o que fica sempre é como é que o carro se comporta na corrida, nos longos "stints". E nesse campo, parece que a Ferrari se dá melhor que a Mercedes este ano. E a média é de cinco décimos, o que é muito, nestes dias. E essencialmente, o que está a dizer é que, para a corrida, parece que o conjunto chassis-motor da Ferrari é mais equilibrado que o da Mercedes. E ainda tem mais uma coisa: a Red Bull é bem capaz de ter um bom motor Honda com eles, acompanhados do habitual bom chassis que o Adrian Newey costuma fazer todos os anos.
Mas então, o que há de... verdade destes testes oficiais? Há uma coisa interessante: os carros estão resistentes. Muito mais resistentes. Fazer cem ou 120 voltas num dia tornou-se em algo normal, e alternar os pilotos em dias pares e ímpares, e cada um deles fazer essas 100/120 voltas, sem ter problema de motor, caixa de velocidades ou algum dos componentes eletrónicos, como o MGU-H e o MGU-K. Claro, os regulamentos também ajudam, quando os obriga a serem os mais sólidos possiveis, para evitar penalizações mais tarde na temporada.
Honestamente, acho que vêm aí três equipas capazes de lutarem pela vitória. Não haverá passeios para a Mercedes, especialmente contra uma Ferrari que tinha bons carros, mas perdeu na parte final da temporada para Lewis Hamilton. Ainda por cima, haverá lugares onde a Red Bull será melhor que as outras duas equipas. Um pouco como aconteceu nas últimas duas temporada, o que até será bom para os adeptos. Ainda se fala que Renault e McLaren poderão dar algumas surpresas, mas só vendo. Sabe-se que a marca francesa está a apostar muito para este temporada, e a equipa de Woking deseja recuperar algum do prestígio perdido nos últimos anos.
Contudo, o pelotão intermediário será bem preenchido e muito competitivo. Quase todas as equipas pontuarão frequentemente, a um sexto lugar numa corrida poderá alternar o 14º na seguinte, não ficaria nada admirado. Resta saber se a Williams será realmente a última classificada, com mais um péssimo chassis, do qual nem Robert Kubica, nem George Russell, poderão fazer muito por ele. O que seria péssimo para uma equipa de pregaminhos como a Williams.
Mas veremos o que acontecerá a partir do dia 24 de março, em Melbourne.
Confesso ter ouvido disparates mais consistentes que esse.
Acho que nestas coisas, têm de se ver para além da cronometragem. Sempre foi assim ao longo dos tempos, e o que fica sempre é como é que o carro se comporta na corrida, nos longos "stints". E nesse campo, parece que a Ferrari se dá melhor que a Mercedes este ano. E a média é de cinco décimos, o que é muito, nestes dias. E essencialmente, o que está a dizer é que, para a corrida, parece que o conjunto chassis-motor da Ferrari é mais equilibrado que o da Mercedes. E ainda tem mais uma coisa: a Red Bull é bem capaz de ter um bom motor Honda com eles, acompanhados do habitual bom chassis que o Adrian Newey costuma fazer todos os anos.
Mas então, o que há de... verdade destes testes oficiais? Há uma coisa interessante: os carros estão resistentes. Muito mais resistentes. Fazer cem ou 120 voltas num dia tornou-se em algo normal, e alternar os pilotos em dias pares e ímpares, e cada um deles fazer essas 100/120 voltas, sem ter problema de motor, caixa de velocidades ou algum dos componentes eletrónicos, como o MGU-H e o MGU-K. Claro, os regulamentos também ajudam, quando os obriga a serem os mais sólidos possiveis, para evitar penalizações mais tarde na temporada.
Honestamente, acho que vêm aí três equipas capazes de lutarem pela vitória. Não haverá passeios para a Mercedes, especialmente contra uma Ferrari que tinha bons carros, mas perdeu na parte final da temporada para Lewis Hamilton. Ainda por cima, haverá lugares onde a Red Bull será melhor que as outras duas equipas. Um pouco como aconteceu nas últimas duas temporada, o que até será bom para os adeptos. Ainda se fala que Renault e McLaren poderão dar algumas surpresas, mas só vendo. Sabe-se que a marca francesa está a apostar muito para este temporada, e a equipa de Woking deseja recuperar algum do prestígio perdido nos últimos anos.
Contudo, o pelotão intermediário será bem preenchido e muito competitivo. Quase todas as equipas pontuarão frequentemente, a um sexto lugar numa corrida poderá alternar o 14º na seguinte, não ficaria nada admirado. Resta saber se a Williams será realmente a última classificada, com mais um péssimo chassis, do qual nem Robert Kubica, nem George Russell, poderão fazer muito por ele. O que seria péssimo para uma equipa de pregaminhos como a Williams.
Mas veremos o que acontecerá a partir do dia 24 de março, em Melbourne.
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