Ayrton Senna a correr no fim de semana do GP da África do Sul de 1984, prova no qual Niki Lauda saiu vencedor, dando uma volta à concorrência... excepto o seu companheiro de equipa, Alain Prost.
A corrida ficou marcada por duas coisas: primeiro, foi onde o brasileiro conseguiu o seu primeiro ponto, com o TG183, e depois com a maneira como ele acabou. Senna saiu exausto do carro e foi transportado para o centro médico. Deram-lhe soro, pois suspeitavam que estava desidratado, e após uma noite, saiu da enfermaria para se recuperar e correr a prova seguinte, em Zolder.
Se em termos de campeonato, os McLaten dominavam e agora todos viam que os candidatos ao título seriam os piloto da marca, Lauda e Prost, para Senna, mais do que comemorar o seu primeiro ponto na Formula 1, ele tinha sentido na pele que estava na primeira divisão do automobilismo, e as corridas de vinte voltas, que tinha vivido na Formula Ford e Formula 3, tinha acabado. Agora, a coisa era diferente, e ele tinha de estar no topo da sua forma. E ele tinha a vontade de vencer, ser campeão do mundo e impressionar todos os que o observavam e seguiam.
Foi nessa altura que encontrou Nuno Cobra, que se tornou o seu preparador físico, e começou a dedicar tempo para o exercício físico. Não era só correr e levantar pesos, era também alimentação saudável, deitar cedo e preparação mental para as corridas que ali vinham. O talento existia, toda a gente sabia, mas os tempos dos James Hunt e Alan Jones, que bebiam cerveja e comiam no McDonalds, tinham acabado.
É certo que ele não fez nada novo. Médicos e preparadores fisicos a acompanhar os pilotos já existiam desde a década passada - Emerson Fittipaldi tinha um médico pessoal e Ricciardo Paletti era constantemente monitorizado em termos fisicos, mas ele levou a coisa para um nivel superior. E a partir dali, todos começaram a segui-lo. E foi por causa de um dia onde ele teve de ser tirado do carro porque estava demasiado cansado para sair pelo seu próprio pé.
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