Que o Canadá costuma ser um lugar onde tudo parece estar ao contrário, lá isso é real. Logo, os apreciadores da Formula 1 tem esse lugar no seu canto porque estão sempre à espera de uma boa corrida, de ação agradável e muitas vezes, dos favoritos ficarem pelo caminho. E por causa do que aconteceu na qualificação, parecia que os seus desejos estavam a ser atendidos: os Mercedes não tinham tido grandes resultados a favor dos Ferrari. E Valtteri Bottas, por causa de uma má volta, acabou no sexto posto da grelha de partida, atrás de um Red Bull e do Renault de Daniel Ricciardo.
Os céus canadianos, naquele fim de semana, estavam divinos. Era um agradável final de primavera em Montreal, e o que os fãs desejavam era uma boa corrida, digna do espírito de Gilles Villeneuve, o patrono do circuito. E se calhar as marmotas, que nos outros 360 dias do ano andam livres pelo parque da ilha de Notre Dâme, nestes dias viam estas estranhas máquinas a cruzar pelo seu caminho... e elas, a fugirem pela vida.
Logo no primeiro metro, parecia que Lewis Hamilton tinha problemas na sua embraiagem, mas não prejudicou na corrida. Na partida, Vettel largou bem, com os oito primeiros a manterem a posição. Atrás. Verstappen, com duros, subiu para nono, passando o McLaren de Sainz, enquanto Alexander Albon quebrou o nariz, indo às boxes. Pouco depois, o holandês supera o McLaren de Lando Norris, mas logo depois, este reage e recupera a posição. Três voltas depois, na setima passagem pela meta, o piloto da Red Bull ficou com o oitavo posto.
Na nona volta, por causa dos macios, o primeiro a parar foi Pierre Gasly, no seu Red Bull, seguido por Riccardo, na volta seguinte, ao mesmo tempo que Lando Norris ficou danificado na sua parte traseira direita devido à quebra da suspensão, sendo o primeiro a abandonar. Por esta altura, Verstappen pressionava Bottas, que não apanhava Hulkenberg. Apenas na volta 17 é que o alemão troca de pneus, caindo para sétimo. Por esta altura, tirando os quatro primeiros, o resto andava de duros.
Na volta 26, Vettel vai às boxes para colocar pneus duros, e Hamilton, agora o líder, tentava ficar na pista o mais tempo possível. Contudo, duas voltas depois, o piloto britânico vai às boxes para fazer a mesma coisa. Bottas também foi trocar de pneus, mas na volta 31, deixando Leclerc o único com médios, e na frente da corrida. E na volta 34, Leclerc parou, caindo para quarto, atrás de Max Verstappen. Na frente, 3,3 era a diferença entre ettel e Hamilton.
Nas voltas seguintes, Hamilton aproximou-se do piloto alemão, chegando na sua traseira. Na volta 48, o alemão distraiu-se e saiu de pista, mantendo-se porém na frente de Hamilton. Contudo, a manobra acabou por ser investigada pelos comissários, para saber se o alemão bloqueou ou não o britânico. Poucos minutos depois, Max Verstappen trocava de pneus, colocando para médios e regressando à pista atrás dos Renault.
Curiosamente, enquanto os comissários observam se o incidente merece punição, Vettel afastava-se de Hamilton, com Verstappen a passar os Renault. E nessa altura... os comissários decidem que a manobra de Vettel era prejudicial e penalizam-no em cinco segundos. A corrida, de uma certa forma, estava definitivamente estragada, porque, bastava a Hamilton estar atrás de Vettel na meta, seria declarado vencedor.
E foi o que aconteceu: Vettel foi o primeiro a atravessar a meta, mas Hamilton foi o vencedor. Claro, isto deu mais pano para mangas, especialmente Vettel, que não queria ir ao pódio, sentido que lhe tinham roubado a vitória. Andou no paddock, e quando foi convencido a ir, tirou a placa e meteu o numero um na frente do seu carro. E no pódio, não deixou de dizer cobras e lagartos da decisão dos comissários.
E claro, o resto ficou secundarizado. O terceiro posto de Leclerc, a volta mais rápida de Bottas, os Renault nos pontos ou Lance Stroll. E a corrida canadiana, que estava a ser divertida, sem ser emocionante. Agora... parece que a FIA virou a "Mercedes Assistance"...
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