Interlagos é um clássico. A pista é velha - vai fazer 80 no ano que vêm - mas tem a sua história quer no automobilismo brasileiro, quer no mundial. Não admira que o chamem de "Templo do Automobilismo". Contudo, a história da corrida de 2019 poderia ter sido a de uma modorra até à volta 50, se os acontecimentos que aconteceram a seguir não tivessem acontecido. E digo a partir dessa volta, porque foi o momento em que o motor de Valtteri Bottas "deu a alma ao Criador", e depois, foi o contrário da modorra, que deu aquele que provavelmente foi o final mais emocionante da temporada. O resto conto aqui em baixo.
Com céu azul, sem nuvens à vista, parecia que este Grande Prémio iria ser uma festa para os que assistiam a corrida. Isto, se os pilotos colaborassem.
E na partida, Max Verstappen conseguiu manter a liderança, embora Sebastian Vettel fosse surpreendido por Lewis Hamilton, que ficou com o segundo posto, numa manobra por fora da curva. Charles Leclerc subiu para o oitavo, depois de passar Kimi Raikkonen, e ia tentar apanhar Pierre Gasly, que não estava muito perto... ele lá apanhou, mas demorou sete voltas para fazê-lo.
E quando o fez, foi na mesma altura em que, quando Daniel Riccardo tentava apanhar Kevin Magnussen, houve um toque entre ambos. O dinamarquês despistou-se, mas continuou, enquanto o australiano acabou por ir às boxes para trocar de asa, e acabando no fundo da tabela. Ambos acabaram por ser investigados pelos comissários e o australiano levou uma penalização de cinco segundos.
Na frente, tudo calmo: Verstappen controlava os acontecimentos, com Hamilton em segundo, sem que Vettel atacasse, enquanto Leclerc tentava se aproximar de Albon, o quinto classificado.
Mas a partir da volta 17 é que veio o primeiro piloto às boxes: Sergio Perez, que trocou para médios. Duas voltas depois, foi a vez de Hamilton ir às boxes, colocando moles e provavelmente, indo para o ataque.
A seguir, Max Verstappen foi às boxes, mas a sua saída foi prejudicada por um Williams, que o evitou que voltasse na liderança, e Hamilton passou para a liderança. Mas o holandês reagiu e passou ao ataque. Ele conseguiu passar para a frente do inglês, mas a luta não terminava ali. Na volta seguinte, no mesmo lugar, Hamilton passou o holandês, mas ele reagiu de novo e o passou. Tudo isto na volta 23-24.
Na volta 26, Vettel foi às boxes, trocando para médios, logo a seguir foi Bottas, também para o mesmo tipo de pneus. O último a parar foi Leclerc, na volta 30, onde o monegasco colocou pneus duros. A partir daqui, a poeira assentou e o holandês manteve uma liderança de cerca de 2,6 segundos sobre Hamilton, e a prova foi para a modorra esperada, de uma certa forma.
A partir da volta 40, nova ronda de trocas de pneus, começando com Bottas, que trocava de duros para médios, numa movimentação algo surpreendente. A seguir veio Hamilton, que colocou médios, e depois Verstappen, que faz uma paragem de 1,9 segundos para colocar médios e entregava a liderança da corrida a Vettel. Ao mesmo tempo, Bottas estava em cima de Leclerc para o tentar passar para ser quinto.
Os Ferrari pareciam querer ficar na pista, mas perdiam três segundos por volta, logo, em poucas voltas, ele seria apanhado, se ficasse por lá. Leclerc defendia-se de Bottas com dificuldade, mas conseguia. Na volta 48, Vettel voltava a trocar de pneus e colocava macios, caindo para quarto, atrás de Albon, que pouco depois, mudou de pneus, colocando moles.
Mas na volta 50, fumo sai das traseiras de Bottas e ele acaba por desistir. Algo raro nestes tempos, mas acontece. Contudo, a colocação do carro na pista foi o suficiente para chamar o Safety Car na pista, na volta 55, com alguns pilotos, como Charles Leclerc e Max Verstappen a irem às boxes e trocar para pneus mais frescos. Moles e frescos. Hamilton ficava na frente, mas sem parar, o holandês viria com tudo para o apanhar quando o carro de segurança regressar às boxes.
Na volta 59, a corrida voltou ao normal, com Verstappen a conseguir passar Hamilton, com Albon a passar Vettel e ser terceiro, enquanto Leclerc era quinto, atrás do seu companheiro de equipa. O holandês vai-se embora do inglês, enquanto este via Albon a aproximar-se.
As movimentações seguiram adiante, com o alemão da Ferrari fica dos perseguição dos Red Bull, com os pilotos a lutarem entre si. Mas na volta 67, os carros vermelhos auto-excluem-se com Vettel a tocar em Leclerc. O monegasco fica auto-eliminado, e o alemão têm um furo que o faz arrastar para as boxes, mas não chegou a tempo, acabando por abandonar. E com estas auto-eliminações, os Red Bull pareciam que iriam ficar com dois terços do pódio.
A SC voltou à pista para... mais ação. No inicio da penultima volta, Hamilton tocou no carro de Albon, numa manobra bem polémica, que foi aproveitado por Pierre Gasly para chegar ao segundo posto e um possivel lugar no pódio. O francês aguentou bem até à meta, com o Mercedes lado a lado, com o piloto da Toro Rosso a levar a melhor, no segundo pódio do ano para a equipa de Faenza. Claro, quem se ria disto tudo era Max Verstappen, que pela segunda vez esta temporada, subia ao lugar mais alto do pódio. E claro, os espectadores no circuito e as pessoas em casa estavam felizes pela tarde passada.
Mas ainda havia mais: a passagem pela secretaria. Aí, Lewis Hamilton foi penalizado com cinco segundos e deu o terceiro lugar a Carlos Sainz Jr, que de último chegou ao terceiro posto, numa corrida agressiva e sem erros. A parte chata - e muitos exigiram isso na altura - era que decidissem isso antes da subida ao pódio, para poderem ver o regresso de um piloto McLaren a aquele lugar desde o GP da Austrália de 2015, com Jenson Button e Kevin Magnussen.
Mas ainda havia mais: a passagem pela secretaria. Aí, Lewis Hamilton foi penalizado com cinco segundos e deu o terceiro lugar a Carlos Sainz Jr, que de último chegou ao terceiro posto, numa corrida agressiva e sem erros. A parte chata - e muitos exigiram isso na altura - era que decidissem isso antes da subida ao pódio, para poderem ver o regresso de um piloto McLaren a aquele lugar desde o GP da Austrália de 2015, com Jenson Button e Kevin Magnussen.
Grande Speed! Apenas uma pequena correção: foi a terceira vitória do Mad Max na temporada, a saber: Áustria, Alemanha e Brasil. Grande abraço!
ResponderEliminarCorreção, o último pódio da McLaren foi no GP da Austrália de 2014 com Kevin Magnussen (2º) e Jenson Button (3º).
ResponderEliminarO 3º lugar de Carlos Sainz Jr é o 100º pódio da Espanha na Fórmula 1.