2019 está cheio de momentos inesquecíveis, não interessa a categoria. Imagens que marcaram uma posição. Cenas eventualmente chocantes. Acidentes espectaculares. Controvérsias que fizeram correr tinta nas redes sociais, cada um a tomar a sua posição e a gastar todo o seu latim defendendo a sua causa, ou a ser o "advogado do Diabo". Surpreendentes revelações e decepções chocantes, anúncios de despedida, entre outros.
Nas linhas seguintes, alguns destes momentos devidamente referidos e descritos, não todos na Formula 1, porque aqui é o automobilismo no seu todo.
Aos 38 anos, Fernando Alonso têm um objectivo na sua vida: igualar Graham Hill na "Tripla Coroa" ou seja, triunfar no Mónaco, Indianápolis e Le Mans. Este ano, foi o melhor em Daytona e inscreveu pela segunda vez o eu nome na lista de vencedores em Le Mans, para além do seu título de Endurance, pela Toyota. E agora, a partir desde janeiro, irá percorrer as areias sauditas em busca de terminar o Rally Dakar.
Mas pelo meio, tentou de novo se qualificar para as 500 Milhas de Indianápolis, em busca da vitória. Depois de um 2017 onde andou bem, ao volante do Andretti-Honda, de não ter aparecido em 2018, ele se treinou para 2019. Mas num chassis com motor Chevrolet, lutou para ter velocidade e não conseguiu. Tanto que quando terminou na 30ª posição, foi para o "Bump Day", contra Max Chilton, Pato O'Ward e Pippa Mann, entre outros. No final... o escândalo: 34º lugar, o primeiro dos não-qualificados!
Mas então, porquê isto? Essencialmente, más escolhas.
A McLaren decidiu entrar na IndyCar em 2019, 40 anos depois da sua última participação, mas o seu carro foi preparado pela britânica Carlin, que podia ser uma boa equipa nas competições de promoção, mas tinha pouca experiência na competição americana. E para piorar as coisas, a sua experiência nas ovais era fraca. Tanto que um dos seus pilotos, o britânico Max Chilton, também não se qualificou. E para piorar as coisas, Alonso fez poucos testes nas ovais para se preparar, e nunca teve velocidade durante o mês de maio. O resultado, de uma certa forma, só foi surpresa para quem estava um pouco fora da atmosfera da IndyCar.
Em 2020, Alonso poderá regressar ao Brickyard, mas a McLaren aliou-se com a Schmidt-Peterson para correr de modo mais decente na IndyCar. E Alonso é capaz de participar na corrida mais importante da competição americana.
A McLaren decidiu entrar na IndyCar em 2019, 40 anos depois da sua última participação, mas o seu carro foi preparado pela britânica Carlin, que podia ser uma boa equipa nas competições de promoção, mas tinha pouca experiência na competição americana. E para piorar as coisas, a sua experiência nas ovais era fraca. Tanto que um dos seus pilotos, o britânico Max Chilton, também não se qualificou. E para piorar as coisas, Alonso fez poucos testes nas ovais para se preparar, e nunca teve velocidade durante o mês de maio. O resultado, de uma certa forma, só foi surpresa para quem estava um pouco fora da atmosfera da IndyCar.
Em 2020, Alonso poderá regressar ao Brickyard, mas a McLaren aliou-se com a Schmidt-Peterson para correr de modo mais decente na IndyCar. E Alonso é capaz de participar na corrida mais importante da competição americana.
Existiam expectativas para a Ferrari em 2019. Demasiado elevadas para um domínio dos Mercedes até então, o que foi confirmado pelas vitórias dos Flechas de Prata nas primeiras cinco corridas. Contudo, no Canadá, Sebastian Vettel conseguiu a pole-position e parecia estar indicado para o triunfo em Montreal, mas na volta 48, cometeu um erro que o fez ir para a relva, mas voltou à frente de Hamilton, que muitos afirmaram ter prejudicado a condução do britânico.
Os comissários deram uma penalização de cinco segundos por "condução perigosa", algo do qual muitos contestaram. No final, ele cruzou a meta no primeiro posto, mas Hamilton estava logo atrás, a 1,3 segundos e herdou o primeiro lugar. Inconformado, estacionou o carro antes do parque fechado, e trocou as tabuletas, num gesto de desafio.
A discussão fez correr tinta, e para piorar as coisas, a corrida seguinte, em Paul Ricard, foi tão aborrecida que muitos questionaram a própria existência da formula 1, como uma competição onde pilotos disputariam por posições. Muitos também afirmaram que Vettel não tinha "fair-play", mas vendo o que Ayrton Senna e Michael Schumacher fez no passado, até é mais calmo que esses dois pilotos...
Vettel acabaria por triunfar numa corrida, em Singapura, mas isso não apagou os diversos erros ao longo do ano, acabando no pálido quarto posto, muito longe de Charles Leclerc, agora visto por todos como o novo menino-bonito da Scuderia.
O ePrix do México poderá entrar para a história como sendo uma das corridas mais emocionantes da história do automobilismo. Por diversos motivos.
O primeiro dos quais foi a primeira prova onde Pascal Wehrlein conseguiu a sua pole-position, conseguindo bater os brasileiros Lucas di Grassi e Felipe Massa. Cinco minutos depois do inicio da corrida, na chicane no meio da Peraltada, Nelson Piquet entrava nas traseiras do Techeetah de Jean-Eric Vergne e do BMW-Andretti de Alexander Sims, acabando com a organização a mostrar a bandeira vermelha.
No regresso, Wehrlein aguentou boa parte do pelotão, incluindo Di Grassi, os Nissan de Olier Rowland e de Sebastien Buemi, bem como o BMW-Andretti de António Félix da Costa. No inicio da última volta, esperava-se que os carros, correndo no limite, poderiam chegar com a energia no zero. Mas nos metros finais, caiam que nem tordos, e Wehrlein perdeu a liderança na última curva, dando-a ao colo de Di Grassi... por meio carro! E quase a fazer uma manobra evasiva, para evitar bater na traseira do piloto alemão.
Mas então... o que aconteceu? Quando a bandeira vermelha foi mostrada, nos primeiros cinco minutos, julgava-se que a energia armazenada seria suficiente para os pilotos poderem acelerar sem rédeas até à meta, e foi o que fizeram. Mas não tinham visto que se estava a gastar demasiada energia e no inicio da última volta, quer Rowland, quer Buemi, perderam lugares de topo porque ficaram a zeros e viram os outros passarem. E muitos outros, para ver se cruzavam a meta, abrandaram o ritmo e caíram na classificação. Para piorar as coisas, Wehrlein, que ficara sem energia na última curva, teve cinco segundos de penalização e caiu de segundo para sexto.
2.4. A primeira competição totalmente feminina
Mas não foi apenas de controvérsia que marcou o ano automobilistico de 2019. Este foi a primeira temporada da W Series, a competição totalmente feminina de automobilismo. Recebida com algumas dúvidas, especialmente acerca da segregação feminina e a competividade de uma série que tem carros semelhantes a Formula 3, as seis provas foram uma agradável surpresa, sendo altamente competitivas entre elas, mas os vencedores eram aquelas que se esperavam. A britânica Jamie Chadwick foi a melhor, numa competição com a holandesa Beitske Visser e outra britânica, Alice Powell.
A vencedora acabou por receber meio milhão de libras de recompensa, mas de uma certa forma, fez já muito ao automobilismo quando as colocou no centro das atenções. As equipas de Formula 1 as seguem e já consideram as colocar nas suas academias. Chadwick já está na Williams como piloto de desenvolvimento, da mesma forma que está a colombiana Tatiana Calderon, que tem o mesmo trabalho na Alfa Romeo. E para o segundo ano, já tem patrocinador principal.
No final, a W Series, só por existir, já deu muito mais visibilidade às mulheres-piloto em 40 anos. E poderá ter aproximado em muito o dia em que a Formula 1 volte a ter o sexo feminino na grelha de partida.
2.5. O arrastamento de Robert Kubica
Quando Robert Kubica foi anunciado como piloto titular da Williams, todos celebraram um regresso que parecia impossível. Oito anos depois do seu acidente, no Rali Ronda di Andora, em Itália, onde ficou gravemente ferido no seu braço direito, pensava-se que a sua carreira tinha terminado. Mas a persistência compensou, e em 2013, estava de volta, aos ralis. Depois de algum tempo, em 2017, começou a andar em carros de Formula 1, primeiro em testes com a Renault, e no final, na Williams, onde acabou por ser piloto de desenvolvimento em 2018, depois de um "shoot-out" com o russo Serguei Sirotkin.
Contudo, Sirotkin não correspondeu às expectativas, e para além de um bom patrocinio na ordem dos oito milhões de euros, Kubica chegou à Formula 1 como titular. Aos 33 anos, e provavelmente com os seus melhores anos para trás, mas chegou.
Mas o FW42 foi um desastre, e andou sempre atrás de George Russell, seu companheiro de equipa. Não levava "calendários", não era uma "chicane móvel", mas muitos consideraram o seu regresso como um erro. Contudo, foi ele que deu à marca o seu único ponto de 2019, no caótico GP da Alemanha, ao ser décimo classificado, e na frente do seu companheiro Russell!
No final do ano, Kubica decidiu não continuar, mas os seus serviços continuam a ser procurados. Haas e Alfa Romeo parece que o querem como piloto de desenvolvimento, mas ele aparenta ter outras ideias, como correr no DTM. Veremos como será a temporada de 2020 para o polaco.
Amanhã, novo episódio deste balanço de 2019
No regresso, Wehrlein aguentou boa parte do pelotão, incluindo Di Grassi, os Nissan de Olier Rowland e de Sebastien Buemi, bem como o BMW-Andretti de António Félix da Costa. No inicio da última volta, esperava-se que os carros, correndo no limite, poderiam chegar com a energia no zero. Mas nos metros finais, caiam que nem tordos, e Wehrlein perdeu a liderança na última curva, dando-a ao colo de Di Grassi... por meio carro! E quase a fazer uma manobra evasiva, para evitar bater na traseira do piloto alemão.
Mas então... o que aconteceu? Quando a bandeira vermelha foi mostrada, nos primeiros cinco minutos, julgava-se que a energia armazenada seria suficiente para os pilotos poderem acelerar sem rédeas até à meta, e foi o que fizeram. Mas não tinham visto que se estava a gastar demasiada energia e no inicio da última volta, quer Rowland, quer Buemi, perderam lugares de topo porque ficaram a zeros e viram os outros passarem. E muitos outros, para ver se cruzavam a meta, abrandaram o ritmo e caíram na classificação. Para piorar as coisas, Wehrlein, que ficara sem energia na última curva, teve cinco segundos de penalização e caiu de segundo para sexto.
2.4. A primeira competição totalmente feminina
Mas não foi apenas de controvérsia que marcou o ano automobilistico de 2019. Este foi a primeira temporada da W Series, a competição totalmente feminina de automobilismo. Recebida com algumas dúvidas, especialmente acerca da segregação feminina e a competividade de uma série que tem carros semelhantes a Formula 3, as seis provas foram uma agradável surpresa, sendo altamente competitivas entre elas, mas os vencedores eram aquelas que se esperavam. A britânica Jamie Chadwick foi a melhor, numa competição com a holandesa Beitske Visser e outra britânica, Alice Powell.
A vencedora acabou por receber meio milhão de libras de recompensa, mas de uma certa forma, fez já muito ao automobilismo quando as colocou no centro das atenções. As equipas de Formula 1 as seguem e já consideram as colocar nas suas academias. Chadwick já está na Williams como piloto de desenvolvimento, da mesma forma que está a colombiana Tatiana Calderon, que tem o mesmo trabalho na Alfa Romeo. E para o segundo ano, já tem patrocinador principal.
No final, a W Series, só por existir, já deu muito mais visibilidade às mulheres-piloto em 40 anos. E poderá ter aproximado em muito o dia em que a Formula 1 volte a ter o sexo feminino na grelha de partida.
2.5. O arrastamento de Robert Kubica
Quando Robert Kubica foi anunciado como piloto titular da Williams, todos celebraram um regresso que parecia impossível. Oito anos depois do seu acidente, no Rali Ronda di Andora, em Itália, onde ficou gravemente ferido no seu braço direito, pensava-se que a sua carreira tinha terminado. Mas a persistência compensou, e em 2013, estava de volta, aos ralis. Depois de algum tempo, em 2017, começou a andar em carros de Formula 1, primeiro em testes com a Renault, e no final, na Williams, onde acabou por ser piloto de desenvolvimento em 2018, depois de um "shoot-out" com o russo Serguei Sirotkin.
Contudo, Sirotkin não correspondeu às expectativas, e para além de um bom patrocinio na ordem dos oito milhões de euros, Kubica chegou à Formula 1 como titular. Aos 33 anos, e provavelmente com os seus melhores anos para trás, mas chegou.
Mas o FW42 foi um desastre, e andou sempre atrás de George Russell, seu companheiro de equipa. Não levava "calendários", não era uma "chicane móvel", mas muitos consideraram o seu regresso como um erro. Contudo, foi ele que deu à marca o seu único ponto de 2019, no caótico GP da Alemanha, ao ser décimo classificado, e na frente do seu companheiro Russell!
No final do ano, Kubica decidiu não continuar, mas os seus serviços continuam a ser procurados. Haas e Alfa Romeo parece que o querem como piloto de desenvolvimento, mas ele aparenta ter outras ideias, como correr no DTM. Veremos como será a temporada de 2020 para o polaco.
Amanhã, novo episódio deste balanço de 2019
Sem comentários:
Enviar um comentário
Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...