sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

O video do dia


Uma data de coincidências fizeram com que colocasse hoje este video. Ontem, li uma entrevista que o Mika Hakkinen deu ao podcast da Formula 1, e lá, ele disse coisas interessantes sobre o fim de semana do GP de Portugal de 1993, onde ele, ao fim de mais de meia temporada, teve a sua estreia na Formula 1 ao serviço da McLaren, a equipa no qual ficaria até ao final da sua carreira, em 2001.

Hakkinen tinha assinado para a temporada de 1993, depois de uma "noite de copos" com Keke Rosberg, o seu manager, que tinha em mãos a proposta para correr na Williams, ao lado de Alain Prost. Ele que tinha feito duas boas temporadas na Lotus. Ele achava que a McLaren seria ótimo para o seu talento, que poderia desenvolvê-lo e teria ajuda dos engenheiros e mecânicos para o fazer. E também sabia que Ayrton Senna estava indeciso entre ficar na equipa ou fazer uma sabática, como tinha feito Prost. 

Contudo, Senna ficou na McLaren, depois de fazer um contrato corrida a corrida, valendo um milhão de dólares por prova, e Hakkinen, a opção B, ficou como piloto de testes, vendo os outros correrem. Até que Michael Andretti foi despedido da equipa, mesmo depois de ter feito um terceiro posto em Monza. Estoril foi uma corrida onde ele era titular. E queria impressionar.

"Vou para Portugal para chutar a bunda do Senna e ir mais rápido do que ele", começou por dizer Hakkinen. "Esse era o meu objetivo. Eu sabia que nosso carro não era rápido o suficiente para bater as Williams, mas eu pensei: ‘A única coisa que eu preciso fazer é ser mais rápido que ele [Ayrton]’. E aconteceu. Foi uma volta muito boa. Não acho que eu poderia ter ido mais rápido que fui. Foi uma volta fantástica".

"Eu pensei: ‘Não é possível que o Ayrton vá mais rápido que isso’. E também senti que ele não estava cem por cento psicologicamente. As expectativas dele para o começo da temporada estavam altas e foi por isso que ele decidiu ‘ficar’ na McLaren, então ele começou a perder não a motivação, mas não estava totalmente lá. Então quando eu fui mais rápido ele pensou: ‘Oh, Meu Deus, isso não é bom para mim’", ponderou.

Hakkinen bateu-o por 48 centésimos, mas foi o suficiente para ele ficar com o terceiro posto. E na partida, é o que vêm no video: empurra Prost, para que Senna aproveitasse, caso fosse para a esquerda, mas Jean Alesi foi mais rápido e ficou com o primeiro posto, numa péssima Ferrari, mas com um motor potente. Suficiente para ter os seus "quinze minutos de fama". Senna passou Hakkinen a meio da primeira volta, mas ele não se descolou dele. Contudo, nenhum deles chegou ao fim nessa prova. Quando Senna se foi embora no final da temporada, a McLaren já sabia que teria um piloto tão bom como ele. E claro, Hakkinen seguiu para ser bicampeão do mundo e marcar uma era na equipa de Woking. 

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