Armindo Araújo venceu com sobras a primeira prova do campeonato nacional de ralis, em Fafe. O piloto de Santo Tirso triunfou com uma diferença de quase minuto e meio (1.26,0, para ser mais exato) sobre Bruno Magalhães. Ricardo Teodósio ficou com o lugar mais baixo do pódio, noutro Skoda Fabia R5, a 1.30.5, muito à frente de José Pedro Fontes, no seu Citroen C3 R5.
No final da prova, o piloto estava feliz por este triunfo com uma máquina nova.
"Correu muito bem este rali, atacamos logo de inicio, estivemos sempre na liderança da prova. O nosso grande objetivo era o CPR, na Power Stage, as condições estavam extremamente difíceis, visibilidade zero, aderência zero, e nós atacamos e defendemos no sítio certo. Fizemos um excelente tempo, o nosso adversário, em termos de prova, acaba por desistir, ganhamos imensas classificativas, conseguimos imensos pontos, estou muito contente por dar esta vitória à Racing Factory.", afirmou, em declarações captadas pela Autosport portuguesa.
Com as restantes dez especiais para cumprir neste sábado, Armindo tinha um grande adversário... que vinha do frio. Nicolay Gryazin veio da Rússia para perturbar os portugueses, no seu Hyundai i20 R5, e começou o dia na primeira passagem por Montim a vencer, 4,3 segundos atrás de Araújo, e ele ficou a meros 0,9 segundos da liderança. Araújo reagiu e venceu na primeira passagem por Seixoso, 0,2 segundos na frente do russo da Hyundai.
Gryazin não quis deixar créditos por mãos alheias e venceu na primeira passagem pelo Seixoso, e os 3,2 segundos de avanço foram suficientes para ficar com a liderança. E por essa altura, na sexta especial, o duelo Armindo-Gryazin tinha dado... 49,5 segundos de atraso ao terceiro classificado, Bruno Magalhães, no seu Hyundai i20 R5. Estavam num mundo à parte, com metade das provas feitas.
Gryazin aumentou a vantagem na segunda passagem por Montim. O russo deu 4,8 segundos de avanço a Armindo Araújo, com Pedro Heller a ser o terceiro, a 7,6, e alargava na segunda passagem pelo Seixoiso e Santa Quitéria. Parecia que ele estava a distanciar-se do piloto de Santo Tirso, mas este não desistia, apesar dos 11,8 segundos de diferença que ambos tinham. Bruno Magalhães tinha agora 1.17,8 de distância, no terceiro posto, e tinha Ricardo Teodósio a aproximar-se.
Na parte da tarde, havia as passagens pela Lameirinha e Luílhas/Guilhofrei. Gryazin venceu nas duas primeiras passagens, alargando a liderança para Armindo... mas pouco. Os 22,5 segundos no final da 11ª especial pareciam fazer com que o piloto russo tinha o triunfo na mão.
Mas na segunda passagem por Lameirinha, o golpe de teatro: Gryazin tem um acidente e não pode continuar, dando a liderança a Araújo, e praticamente a vitória na prova. Ele tinha agora Ricardo Teodósio - que passara Bruno Magalhães - a 1.33,3 minutos do piloto da Skoda, e agora só tinha de levar o carro até ao fim, e foi o que fez. A única alteração aconteceu na última especial, quando Teodósio recuperou o segundo posto a Magalhães.
"Foi uma luta bastante renhida com o Ricardo [Teodósio], conseguimos levar a melhor quando as condições começaram a ficar difíceis. Precebemos ontem com o piso seco e a terra solta, que não tinhamos tração para sermos rápidos, estávamos a fazer figas para que as condições se complicassem para fazer alguma diferença.", começou por diser o piloto da Hyundai Portugal.
"Saímos daqui muito satisfeitos com o segundo lugar, é um resultado excelente e termos de campeonato. Começamos bem melhor que no ano passado, onde fiquei em quinto. Mas também fiqui com a sensação de que temos de trabaçhar muito, se quisermos ser muito competitivos nos Açores. Fizemos poucos testes, aprendemos muito com o carro neste rali, portanto é trabalhar para a próxima.", concluiu o piloto de Lisboa.
Depois dos quatro primeiros, o chileno Pedro Heller foi o quinto, no seu Volkswagen Polo R5, a 4.17,5, na frente de Miguel Correia, no seu Skoda, a 5.58,2. Sétimo foi Manuel Castro, noutro Skoda Fabia R5, a 6.07,5. O espanhol Javier Pardo foi o oitavo, no seu Suzuki Swift R4S, na frente do seu compatriota José Luis Pelaez, num Skoda Faboa R5, a 8.25,2, e a fechar o "top ten" ficou António Dias, no seu Skoda Fabia R5, a 9.09,0.
O campeonato de Portugal de Ralis prossegue em terras açorianas, no inicio de abril.
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