Os carros da Alfa Romeo alinhados no paddock de Silverstone, palco do GP da Grã-Bretanha de 1950.
Há precisamente 70 anos, em Silverstone, começava a Formula 1. E foi o culminar de um longo caminho que tinha começado algum tempo antes. Mais de uma década antes, para ser mais preciso. Em 1938, a CSI, a Comission Sportive International, decidiu criar um regulamento para as "voiturettes", que tinam uma motorização de 1.5 litros sobrealimentados. A Alfa Romeo reagiu, criando o 158 Alfetta (traduzido: Pequeno Alfa) carro estreou-se na Coppa Acerbo de 1938, às mãos de Emilio Villoresi, e parecia que estaria ali protegido dos dominantes carros alemães da Mercedes e Auto Union. Quando a 10 de junho de 1940, a Itália declarou guerra à França e Grã-Bretanha, o automobilismo ficou congelado por seis anos, e os Alfettas foram para um celeiro para se abrigarem das bombas aliadas.
Em 1946, no final da guerra, o automobilismo voltou e os regulamentos foram mudados para permitir carros de até 4,5 litros aspirados, e a Alfa Romeo aproveitou bem para desenvolver os seus motores para ter cerca de 300 cavalos, dos 200 iniciais. Tornou-se na máquina mais vitoriosa dos Grandes Prémios que tinham renascido do pós-guerra, nas mãos de pilotos como Villoresi, Giuseppe "Nino" Farina e Achille Varzi. Este último morreu nos treinos do GP da Suíça de 1948, e cedo foi substituído pelo argentino Juan Manuel Fangio.
Sem rivais à altura - a Alemanha só foi autorizada a voltar a competir em 1950 e alguns dos seus chassis Mercedes e Auto Union ficaram no lado soviético - esta estava pronta para correr no GP da Grã-Bretanha de 1950. Havia a concorrência da Ferrari, que tinha sido estabelecida em 1947, mas ainda não era uma ameaça latente, e também havia a Maserati e as francesas Talbot-Lago e Simca-Gordini, mas eram atores secundários, ainda a lamberem as feridas do pós-guerra. E a britânica BRM era uma operação bem recente. Mas a ideia que se passa é que como uma formula desenvolvida há mais de uma década serviu para uma marca se preparar para uma competição do qual nem sequer tinha sido pensada. E quando a ocasião aconteceu, dominou os eventos até aparecer uma nova formula de motores, do qual a Alfa Romeo aproveitou para ir embora da competição e apenas regressar um quarto de século depois.
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