Hoje passa meio século sobre este momento. Um duelo a dois entre alguns dos melhores pilotos do pelotão de então, e que acabou na última curva da última volta, algo que só se voltará a ver 38 anos depois, no GP do Brasil de 2008, ainda por cima, essa prova era a última dessa temporada e decidiria um título mundial.
Neste 10 de maio de 1970, nas ruas de Monte Carlo, Jochen Rindt e Jack Brabaham lutavam pela vitória na terceira corrida dessa temporada. Brabham tinha vencido na Africa do Sul, aos 44 anos de idade, e em Espanha, fora Jackie Stewart a triunfar, com o seu chassis March. Ele tinha feito a pole-position nas ruas do Principado, mas na volta 27, um problema com o seu motor, que começou a trabalhar mal, o obrigou a abandonar a prova, deixando Brabham no comando.
Parecia que o australiano ia a caminho da sua segunda vitória no campeonato, provavelmente, lançando-se a caminho de um quarto titulo mundial. Contudo, o Lotus de Jochen Rindt estava no seu encalço. Depois do fracasso que foi a apresentação do modelo 72, em Jarama, Rindt ficou com o 49 para esta prova, e depois de largar da oitava posição, aproveitou as desistências para chegar ao segundo lugar, na volta 62, para começar a aumentar o seu ritmo e assediar o velho Brabham.
No inicio da última volta, parecia que Brabham iria levar a melhor. Rindt não se aproximava o suficiente para elaborar manobras de ultrapassagem, e parecia tudo decidido. Mas nos metros finais, o australiano tentava se defender uma uma manobra do austríaco, mas ele escorregou numa parte pouco usada e acabou por bater num conjunto de fardos. Rindt passou-o calmamente, e a manobra tinha sido tão inesperada, que o comissário que segurava a bandeira de xadrez deixou-o passar porque esperava Brabham!
Pouco depois, o erro foi corrigido e Rindt, depois de ser abraçado por Colin Chapman e Nina, a sua mulher, foi levado para o pódio, onde recebeu os louros e ouviu o hino. O que ninguém sabia é que esta seria a última vitória do chassis 49, e a primeira de uma temporada de sonho para o austríaco. Que acabaria subitamente, menos de quatro meses depois.
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