A Ferrari está em crise, isso é um facto. E os eventos de ontem, no GP da Styria, onde Charles Leclerc tentou passar Sebastian Vettel, acabando ambos... fora da corrida, na terceira curva da primeira volta, pouco mais de quilometro e meio depois do começo da prova, foi a gota de água nos lados de Itália. Nos jornais de hoje, as baterias estavam todas apontadas para o piloto monegasco, visto como um "menino querido" por acharem que ele vai ser um futuro campeão do mundo, por ter eliminado o seu companheiro de equipa, em contraste com o pódio alcançado na primeira prova.
Se boa parte das criticas tem a ver com as atitudes de Leclerc, há quem também aponte para o SF1000, que muito provavelmente nasceu muito mal e poderá não ser um chassis tão vencedor como os da Red Bull, e sobretudo, o da Mercedes.
“Toque entre Leclerc e Vettel e ambos fora. Os fãs nas redes sociais dizem para cavar um buraco e se esconder dentro. Não diga que a Ferrari pode se recuperar desta com um carro nascido de um projeto equivocado, um motor fatigado com ajuda de um milagroso monegasco que os levou ao pódio uma semana atrás. Agora é pior que o esperado”, publicou o jornal La Reppublica, na sua edição de hoje.
Já o Gazzetta dello Sport foi mais caustico, já condenando o SF1000 ao fracasso, apesar do segundo lugar arrancado pelo monegasco na corrida anterior.
“Há necessidade de uma reação. Os resultados não correspondem a uma equipa com o nome da Ferrari. Não é a nossa opinião, ou pelo menos não é a única, mas é a consciência de Mattia Binotto. A SF1000 não tem futuro. A Lei de Murphy vai se chamar Lei de Ferrari. Se existe a chance de algo dar errado, vai dar. Ontem tivemos uma nova versão dos eventos do Brasil”, estampou o diário desportivo com sede em Turim.
Para Il Giornale, foi mais forte, chamando Leclerc de "terrorista suicida" devido ao seu gesto na primeira volta, mas eles também foram criticos em relação ao carro deste ano.
"A idiotice do predestinado, que foi de herói a burro em uma semana, é a ponta do iceberg que rapidamente chega ao fundo. Seu desejo de se destacar lhe enganou. O predestinado, disfarçado de terrorista suicida, arruinou tudo. De vez em quando, esquecemos que ele tem 22 anos e apenas 43 corridas. O acidente não deve esconder o problema real da Ferrari, que não é dos pilotos. O problema é o carro que não é capaz de classificar melhor que décimo”, comentou o periódico.
O SF1000 não é um carro tão mau como por exemplo, o F92, o chassis de 1992 com fundo duplo e que foi um fracasso total, sendo um dos piores da história da Ferrari. Mas as expectativas eram altas, e os avisos nos testes da pré-temporada disseram que eles não iriam ser a ameaça que gostariam de ser. E com uma temporada atípica, é verdade, é muito provável que este arrisca a ser a pior temporada desde 2014, onde não venceram qualquer corrida e apenas conseguiram dois pódios, sendo quarto classificado no campeonato de Construtores.
E claro, se esse é o risco, tudo está em jogo. E num ano que poderão ter três corridas em território italiano.
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