segunda-feira, 16 de novembro de 2020

A imagem do dia


No rescaldo do sétimo campeonato do mundo de Lewis Hamilton, vi esta capa do jornal francês "L'Équipe" que saiu nesta segunda-feira. Não foi a única - o jornal português "A Bola" fez a mesma coisa hoje - mas é para verem que mesmo em jornais onde há um desporto-rei e o resto é secundário, a Formula 1 tem os seus dias de glória, especialmente quando tens a oportunidade de veres alguém a ser sete vezes campeão do mundo, igualando Michael Schumacher, que o alcançou em 2004. A ideia de ver dos pilotos a alcançarem esse número numa vida parece ser incrível, mas depois de pensarmos que agora, o calendário tem 22 provas - com aspirações a 25! - parece que tal ideia pode ser possível.

Mas melhor ainda, o facto do talento vir de um rapaz mestiço - filho de pai negro e mãe branca - faz ainda realçar essas origens humildes, porque não só o pai não é rico - chegou a ter três empregos para sustentar a carreira do garoto - como teve de lutar duplamente para chegar até lá, até que a McLaren ter visto o seu talento e o colocar na sua academia de pilotos. Deu certo, e agora, a caminho dos 36 anos, colhe os frutos. É o piloto dominador, e os eventos em Istambul só demonstram que é um génio.

Porque reparem: debaixo de chuva, com pneus intermédios desde a volta oito e até ao fim, com eles praticamente "carecas", logo, sem aderência, conseguiu passar Sergio Perez, no seu Racing Point e lá ficou, alcançando uma liderança de 30 segundos, enquanto o seu companheiro de equipa, Valtteri Bottas, fazia cinco piões e acabava, anónimo, no fim do pelotão, sem pontuar. 

É dessas conduções que nascem os mitos, a diferença entre os bons pilotos e os campeões. Uma combinação de experiência, intuição e sangue-frio. E o título de "maior de todos os tempos" é dele... por agora. 

Agora que ele provavelmente vai a caminho de mais uma temporada onde ele tentará dois recordes: o de ser o primeiro piloto a chegar às cem vitórias, e o primeiro octacampeão. Tem carro para isso, mas a temporada será longa. Agora, que goze o título, conquistado a três corridas do final da temporada.

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