Quem observou apenas os resultados do GP de Emiglia-Romagna pensou um "mais do mesmo", mas a realidade foi um pouco diferente daquilo que os resultados contam. De facto, Lewis Hamilton voltou a triunfar, na frente de Valtteri Bottas, que parece ser incapaz de o superar, mas a realidade da corrida foi um pouco diferente da tabela mostrada. E claro, o campeonato de construtores tem já dono, e se calhar, na Turquia, dentro de duas semanas, Hamilton formalizara um título que toda a gente sabe que já é seu há muito tempo.
No regresso de Imola, sem espectadores, e num céu outonal sem novidade, as coisas começaram com Bottas na frente e Verstappen a conseguir superar Hamilton, ficando com o segundo posto. Ricciardo tentou também a sua sorte, mas não conseguiu. Atrás, Kein Magnussen sofre um toque na Tosa e fica por lá, sendo o primeiro abandono da corrida.
Com o passar das voltas, Max acompanhava Bottas em termos de ritmo, com Hamilton a observá-los, enquanto os três afastavam-se de Ricciardo, sólido no quarto posto, seguido por Gasly e Leclerc, apenas sexto. Mas na nona volta, um problema no Alpha Tauri do francês fez com que fosse para as boxes de modo definitivo. Segunda retirada em menos de dez voltas.
O momento decisivo aconteceu na volta 20, quando Bottas e Max foram ambos para as boxes, numa estratégia de duas paragens. A hierarquia foi a mesma, com o holandês a pressionar o finlandês, com Hamilton, que tinha uma estratégia diferente, na frente. O britânico aproveitava para fazer giros mais velozes para quando fosse a sua vez de parar, ficasse na frente do seu companheiro de equipa, o que acabou por acontecer, na volta 30. E aconteceu porque... Estaban Ocon abandonou nessa altura. Trocou para os duros, voltou à pista e claro, tinha a corrida na mão. Não sabíamos na altura, mas tinha.
E Bottas tinha apenas de segurar Verstappen para ver se a dobradinha iria acontecer ou não. Na volta 42, as coisas estavam a ir de mal a pior para o finlandês, quando saiu um pouco mais alargado na Rivazza, e Verstappen aproveitou bem. Segundo classificado, o holandês, só mais adiante, na travagem para a Tamburello. De uma certa maneira, era justiça no resultado.
Mas na volta 51, o pneu traseiro direito do piloto da Red Bull explodiu na Tamburello e ele viu terminar amargamente uma corrida que tinha tudo para ele. Nova entrada do Safety Car e uma confusão no pelotão, com pilotos a irem às boxes para conseguir moles e tentar ser veloz para chegar o mais acima possível. Quem aproveitou muito bem foi Ricciardo que era terceiro, à custa da chamada do carro de Perez para as boxes, algo do qual o mexicano não entendeu.
E para piorar as coisas, o Safety Car ficou um pouco mais de tempo porque George Russell, que pontuava com o seu Williams, perdeu o controle do carro na chegada à cura Acqua Minerale, batendo no muro e deitando fora uma chance de pontuar com o carro. No final da corrida, ele afirmou ser o culpado do "erro estúpido" que causou. A juventude é assim...
No arranque para as voltas finais, Hamilton e Bottas aguentaram Ricciardo, que por sua vez aguentaram um Daniil Kvyat, que tinha arrancado muito bem e passado Alex Albon e Charles Leclerc nos metros iniciais após o recomeço. Aliás, Albon foi tão pressionado pelo resto do pelotão que não aguentou, despistando-se após a chicane Villeneuve e caindo para o final do peltoão.
E foi assim até ao final, com Hamilton a comemorar a sua vitória numero 94, com Bottas em segundo e Ricciardo a comemorar novo pódio e a consolidar o seu quarto lugar na geral. De resto, depois de Kvyat - o seu melhor resultado do ano - Sergio Perez, frustrado por não ter conseguido um pódio que poderia ser seu, os McLaren e os Alfa Romeo, com Kimi Raikkonen a ficar na frente de António Giovinazzi e pela primeira ve na temporada, ambos os carros pontuavam.
Agora? É fazer as contas e saber se Hamilton é ou não campeão do mundo em Istambul, daqui a duas semanas.
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