No final, não foi. Bem pelo contrário: foi arrepiante. E foi graças à ciência e à tecnologia que se salvou uma vida. E nem foi o único acidente daquela prova, apenas o primeiro.
As coisas explicam-se em poucas linhas: depois da partida, onde Lewis Hamilton partiu bem e Valtteri Bottas mal, Max Verstappen ficou com o segundo posto, seguido pelo Racing Point de Sergio Perez. Atrás, havia a confusão do costume, mas o Haas de Romain Grosjean, ao evitar um carro que tinha parado à sua frente, desviou-se e tocou na roda do Alpha Tauri de Pierre Gasly, acabando nos guard-rails de proteção da Curva 3. O impacto foi forte, o chassis foi arrancado em dois precisamente na parte do depósito de gasolina, e uma bola de fogo se via no lado de fora dos guard-rails. Depois de alguns segundos de angustia, e de respiração suspensa, Grosjean saiu do carro pelo seu próprio pé, e arrancado do local pelo Dr. Ian Roberts, o médico de serviço, e o piloto do carro médico, o sul-africano Alan ven der Merwe.
No final, escriações nas pernas e ligeiras queimaduras nos braços foi apenas o resultado de um impacto que uma geração antes, teria mandado o piloto para a sepultura, fosse queimado, sufocado ou destruido com o impacto contra os guard-rails. Mas graças à tecnologia, que nos deu coisas como o Halo, a celula de sobrevivência, a o chassis de fibra da carbono, Romain Grosjean vive para continuar a correr, seja aqui ou noutro lado.
Corrida interrompida, bandeira vermelha. E respirar fundo enquanto se pensa que o automobilismo continua a ser perigoso.
Mas... atrás, novo acidente. Daniil Kvyat tocava em Lance Stroll na curva 8, e o canadiano da Racing Point acabou de cabeça para baixo, que deu em Safety Car e não acabou pior porque... o Halo fez o seu trabalho. Mais uma vez.
Apenas na nona volta é que a corrida recomeçou, com Hamilton á frente de um comboio de pilotos, e aos poucos, o que se via eram os Ferrari a ficar acada vez mais para trás, enquanto os McLaren iam para a frente. Um pouco como está a ser a temporada, não é?
Claro, Alex Albon foi o grande beneficiado. E a Racing Point, que poderia ter somado muito, ficou sem nada e pior, viu os McLaren serem quarto e quinto, conseguindo 22 pontos, decidivos na luta pelo terceiro posto no Mundial de Construtores. O piloto tailandês subiu de novo ao pódio, num duplo pódio que já não acontecia desde o GP do Japão de 2017, numa final que acabou debaixo de bandeiras amarelas. E provavelmente, com um enorme sinal de alivio.
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