terça-feira, 22 de dezembro de 2020

A imagem do dia


Atores com paixão pelo automobilismo há alguns. Todos conhecem Steve McQueen, morto há 40 anos e que correu algumas provas em 1970, até querendo correr as 24 Horas ao lado de Jackie Stewart, antes da produção vetar a sua participação. E claro, Paul Newman, segundo classificado nas 24 Horas de Le Mans de 1979, num Porsche 935. Mas Claude Brasseur é menos conhecido. Primeiro, porque é francês. Mas daquilo que ele fez, merece que seja contada a sua história. Pelo menos uma parte dela.

Recuemos até 1979. É Ano Novo, e ele está a assistir à partida do Paris-Dakar, que está na sua primeira edição. Entre os convidados está o belga Jacky Ickx, um dos seus amigos pessoais. Ao assistir à partida de toda aquela gente para as areias argelinas, na competição organizada por Thierry Sabine, Ickx disse, em jeito de provocação: Vamos lá? 

Contudo, poucos dias depois, a piada se tornou séria, e ambos se prepararam para a aventura. Em 1981, levaram um Citroen com eles, Ickx a correr e Brasseur a navegar. Não chegaram ao fim, mas no ano a seguir, trocaram por um Mercedes 280, acabando por triunfar em 1983, quando o belga já era piloto da Porsche na Endurance. A itória bastou para conencer a marca alemã a colocar os seus 911 e depois os 959, nas estradas do deserto, onde René Metge acabou por triunfar em 1984...

Nascido a 15 de junho de 1936, o seu padinho de batismo foi... Ernst Hemingway. Mas ele era filho de Pierre Brasseur, ator, neto de Georges Epinasse, também ator, e bisneto de Jules Brasseur. Seu filho, Alexandre Brasseur, também acabou a atuar, o que faz a sexta geração neste oficio. Atuou em mais de 150 filmes, boa parte deles em França, o que faz uma personagen reconhecível no hexágono, mas par além disso, adorava desporto. Foi membro da equipa de bobsleigh, e queria participar nos Jogos Olimpicos de 1964, em Innsbruck, mas não conseguiu a qualificação. Nos anos 70, Brasseur faia ralis com Simcas e tornou-se amigo de gente como Jacques Laffite e Guy Ligier.

A sua vida privada foi bem interessante. Fez o serviço militar na Argélia, a sua primeira mulher, Peggy Roche, trocou-o... pela escritora Francoise Sagan, e o seu filho Alexandre, para além da carreira cinematográfica, também tem um fraquinho pelo automobilismo, especialmente nas corridas históricas.

Claude Brasseur morreu hoje, aos 84 anos. De qualquer maneira, marcou um tempo pelas suas paixões. Ars lunga, vita brevis.

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