No final do verão de 1978, John Surtees estava com dificuldades de manter a sua equipa de Formula 1, que existia desde o inicio daquela década. O TS20 não era de feito-solo, e quem não tinha um chassis desse tipo, seria totalmente ultrapassado. Logo, precisava urgentemente de dinheiro para poder pagar as despesas, porque o seu piloto principal, o italiano Vittorio Brambilla, não trazia todo o dinheiro, e o de Rupert Keegan tinha acabado após o GP holandês, onde Brambilla, curiosamente, tinha pontuado na sexta posição.
Para a corrida italiana, Surtees abriu o chassis deixado vago para um piloto que corria sob pseudónimo. "Gimax" era o nome usado por Carlo Franchi, nascido nos arredores de Milão no primeiro dia do ano de 1938. Apaixonou-se pelos automóveis aos oito anos de idade, e começou a participar em Turismos, conseguindo bons resultados. Também participava em subidas de montanha, numa vida que ele mesmo qualificou sendo uma de "viver a mais de 200 km por hora".
Naquele ano de 1978, com 40 anos de idade, já tinha imensa experiencia nos Turismos e nos Protótipos, ele corria no Campeonato Europeu de Turismos, a bordo de um Osella de 2 litros, um dos melhores pilotos a guiar os bólidos construídos por Enzo Osella, e as coisas correram bem, acabando por ser campeão europeu da categoria. De uma certa maneira, a sua aparição no GP italiano iria ser uma recompensa pela boa temporada que tinha tido.
Contudo, o seu desconhecimento e o pouco tempo de adaptação ao Surtees não deu grande coisa. De 32 carros inscritos, 28 participaram na qualificação, para 24 lugares. Franchi foi o último, 4,1 segundos pior que o "poleman", Mário Andretti, e assim sendo, viu de bancada a caótica partida que resultou em ferimentos graves quer no sueco Ronnie Peterson, no seu Lotus, quer em Vittorio Brambilla, noutro Surtees, que levara com um pneu em cima da sua cabeça. Franchi tentou de novo correr num Formula 1, no ano seguinte, no GP Dino Ferrari, em Imola, a bordo de um Williams FW06, E a sua prova acabou na volta 32 devido a um problema na embraiagem.
"Gimax", contudo, entrou na história por ser o último piloto a participar num Grande Prémio de Formula 1 sob um pseudónimo, e a sua carreira se prlolongou até 1984, altura em que pendurou o capacete, depois de duas décadas de uma carreira cheia. O seu filho usou o mesmo pseudónimo para ter a sua própria carreira no automobilismo italiano por mais algum tempo.
Carlo Franchi morreu ontem aos 83 anos, depois de uma vida cheia.
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