quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

A imagem do dia


Na foto, Jean Graton a mostrar o álbum "300 à Hora em Paris" a Patrick Tambay, então piloto da Ferrari, no fim de semana do GP da Holanda de 1983.

O primeiro álbum que li deve ter sido na casa do meu tio, quando tinha os meus dez anos, talvez menos. Tinha a ver com as 24 Horas de Le Mans - acho que era "O Fantasma das 24 Horas" ou algo assim - e fiquei encantado com a história. Alguém a desenhar banda desenhada relacionda com automobilismo, e ainda por cima com qualidade? UAU!

Pouco tempo depois, consegui ler outros álbuns da série, e fiquei com ideia do que isto era. Criado pelo francês Jean Graton, Michel Vaillant era um piloto cuja familia também tinha gasolina nas veias - o pai tinha sido piloto, o irmão também, e agora era o diretor de equipa - e tinha um bom amigo e companheiro de equipa, o americano Steve Warson, que com a sua cabeleira loira, parecia um misto de astronauta do Mercury Seven e o Steve McQueen, e depois tinham os seus nemesis, a Leader, que queria bater a concorrência, incluindo a Vaillant. 

E eles iam a todas: Formula 1, Le Mans, Ralis, IndyCar... um pouco de tudo. Para mim, um dos melhores álbuns foi um que fizeram em 1972, de seu nome "Rush" (não, não e o filme de 2013) em que iam de uma ponta à outra da América, numa espécie de "Rally Raid" com os seus próprios carros. E com Vaillant entravam muitos pilotos reais, amigos do autor. Em alguns albuns poderiam entrar gente como Jacky Ickx, Didier Pironi, Gilles Villeneuve, Francois Cevért, Alain Prost, Patrick Tambay, Thierry Boutsen, Jean Alesi e muitos outros.

Era frequente serem publicados muitos álbuns do Michel Vaillant nos anos 70 e 80 por estas bandas, mas depois perdeu-se o fio à meada, logo, não vi o que andavam a fazer nos últimos tempos, mas de uma certa forma, fui poupado à decadência da qualidade dos álbuns do Graton, que em boa hora - tinha acabado de fazer 80 anos, em 2004 - cedeu a pena ao seu filho Philippe, para que Michel Vaillant sofresse um refrescamento, o que aconteceu nos últimos dez anos, e de uma certa forma recuperou muitos dos amantes da personagem.

Jan Graton, nascido a 10 de agosto de 1923, morreu hoje, 21 de janeiro de 2021, aos 97 anos. Michel Vaillant, a sua maior criação, viverá para sempre.

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