sábado, 27 de março de 2021

A imagem do dia


Max Verstappen, recém-pole no Bahrein, dando os parabéns a David Coulthard pelo seu cinquentenário. Ao longo de quinze temporadas, entre Williams, McLaren e Red Bull, pode-se dizer que foi um piloto que cumpriu nas máquinas que pilotou, mas nunca foi alguém capaz de lutar por títulos contra gente como Damon Hill, Mika Hakkinen, Kimi Raikkonen e Mark Webber, entre outros.

Contudo, o seu cinquentenário coincide em alguns meses com os 25 anos da sua primeira vitória na Formula 1, a bordo do seu Williams FW17. E o local desse seu primeiro triunfo foi no Autódromo do Estoril. Neste dia, lembro das circunstâncias dessa corrida.

A temporada de 1995 não estava a ser muito boa para o piloto escocês. Era a sua primeira completa, e a oportunidade de guiar a melhor máquina do pelotão tinha-a desperdiçado em algumas ocasiões como na Argentina e na Itália, e apesar dos cinco pódios que tinha tido até ali, não tinha sido capaz de ajudar Hill na luta contra Michael Schumacher. Aliás, Johnny Herbert, o companheiro de equipa do alemão na Benetton, tinha aproveitado bem melhor, resultando em duas vitórias em Silverstone e Monza.

Estoril foi o palco da estreia do Williams FW17B, numa altura em que já se falava na ida do escocês para a McLaren, correr ao lado de Hakkinen. Para ele, tinha sido o palco de boas recordações porque tinha sido ali o lugar onde subiu ao pódio pela primeira vez na sua carreira.

O carro fez uma estreia de sonho, e Coulthard conseguiu superar Damon Hill por 368 centésimos. Na partida, o escocês foi-se embora e não reparou nas cambalhotas que Ukyo Katayama dava na pista e obrigou à interrupção da corrida. Na segunda partida, o escocês voltou a largar melhor que Hill e foi-se embora do resto do pelotão. Tirando a paragem para reabastecimento, ele fez uma corrida digna de campeão, naquela tarde solarenga do final do verão português. 

E depois de ser mostrada a bandeira de xadrez, para além da vitória, ainda conseguiu a volta mais rápida. Como acontecera a Ayrton Senna, 15 anos antes, fora barba, cabelo e unhas. O piloto que, ano e meio antes, fora substitui-lo em circunstâncias trágicas, dando a sua estreia na Formula 1. 

Aquela tarde portuguesa deve ter sido inesquecível porque apesar de conseguir mais doze vitórias, nove pole-positions e dez voltas mais rápidas, não mais conseguiria tê-los ao mesmo tempo. 

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