Aquela parecia ser uma corrida desenhada para Nelson Piquet. Tinha feito a pole- position e o carro estava perfeito ao longo daquele fim de semana. Aliás, o único defeito parecia ter sido aquela peça entre o chassis e o volante: Piquet tinha estado ausente durante umas horas, e a razão maior, segundo contavam as más línguas, tinha acontecido debaixo dos lençóis...
Piquet, o poleman, tinha companhia inesperada de Villeneuve na primeira linha, e na segunda, um jovem Nigel Mansell, no seu Lotus, e o Williams do seu rival no campeonato, Carlos Reutemann. Alan Jones estava num distante sétimo posto, numa grelha que teve pré-qualificação e 20 pilotos a participarem, que deixaram gente como Hector Rebaque (Brabham), Jean-Pierre Jabouille (Ligier) e Keke Rosberg (Fittipaldi) na bancada a ver os bólidos a passar no domingo.
Parecia que Piquet tinha tudo na mão até à volta 52. Tinha Jones atrás de si, Reutemann tinha desistido com problemas na caixa de velocidades, e Villeneuve parecia estar feliz na terceira posição. Mas de repente, o brasileiro distrai-se na Tabac e bate no guard-rail, acabando por desistir, e deixando a corrida nas mãos de Jones, que poderia aproximar-se dos dois primeiros, e vencer num sitio onde nunca tinha vencido. Contudo, a menos de cinco voltas do fim, com a vitória à vista, a bomba de combustível do seu Williams cedeu e começou a baixar o ritmo. E quem aproveitou fortemente foi Gilles Villeneuve, que acelerou e a três voltas do fim, ficou com o comando da corrida, só o largando na bandeira de xadrez.
Foi uma vitória popular, e também uma vitória "caseira" - Gilles já vivia há muito em Monte Carlo - mas sobretudo, foi o provar de que a transição da Scuderia para os V6 Turbo, depois de anos com o flat-12 ou o V12, foi uma bem sucedida e do qual valeu a pena ter "deitado fora" a temporada de 1980, depois dos triunfos de 1979. Contudo, não havia ilusões: sem um bom chassis, não poderiam ser candidatos ao título. Mas isso já começava a ser tratado. Agora, era a hora de colher os louros.
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