A semana de Imola ficou marcada pela apresentação do GP de Miami, a segunda corrida em território americano. A realização dessa prova, em principio, algures em junho de 2022, para fazer uma ronda dupla com Canadá, significa que pela primeira vez desde 1984, quando a Formula 1 esteve em Detroit e Dallas, dois circuitos de rua, que a categoria máxima do automobilismo teve mais de uma prova na "pátria dos livres, terra dos bravos".
A prova era um objetivo da Liberty Media, que andou mais de ano e meio a preparar, em conjunto com os promotores da prova, que vão construir um circuito no parque de estacionamento do estádio dos Miami Dolphins, a equipa de futebol da NFL, a competição de futebol americano - o futebol como conhecemos chama-se "soccer" e a competição é batizada de MLS - mas até lá chegar, tiveram de suprimir os obstáculos vindos da vizinhança, que receavam o barulho dos carros de Formula 1. Aprovado no conselho municipal, o contrato foi assinado, e o acordo será longo. Há quem fale de uma década de duração, e como eles são americanos, não ficaria admirado se isto possa ser o inicio de um plano para ter mais provas nesse continente. Algo do qual Bernie Ecclestone sempre sonhou e tentou ao longo da década de 1980, mas sem grande sucesso.
Mas se acham que por causa disso teremos um calendário de 24 provas em 2022, por exemplo... enganem-se. A Liberty Media sabe que há limites, e ainda por cima, não temos garantia de que ano que vêm possa ter passado o pior da pandemia, apesar das aceleradas campanhas de vacinação em vários sítios do mundo. Como é sabido, em 2020, o calendário alternativo colocou a Formula 1 maioritariamente em circuitos europeus, devido à facilidade de transporte e um calendário que começou oficialmente em julho, com rodadas duplas em algumas provas. Por um lado, alguns circuitos regressaram ao calendário, como Nurburgring, Imola e Istambul, e vimos a estreia de Portimão, no regresso da Formula 1 a Portugal. Em 2021, o calendário regressou um pouco ao normal, mas o possível cancelamento de algumas provas como o Canadá, por exemplo, poderá fazer com que as corridas que fizeram a vez dos cancelados tenham nova chance, como se fala de Istambul, por exemplo.
Mas se o pior passar em 2022, ali já não é a pandemia, mas sim o dinheiro a ditar o calendário. Os rumores falam sobre Barcelona, que poderia ser a prova que "sairia" do calendário a favor da corrida americana. Apesar de haver dois pilotos espanhóis no pelotão, Carlos Sainz Jr. e Fernando Alonso, e a garantia de que o autódromo estaria sempre cheio, a pista, que acolhe o GP espanhol desde a sua inauguração, em 1991, é das mais aborrecidas do campeonato. Ainda por cima, foi durante muito tempo, até 2020, o palco dos testes de inverno. (...)
No Nobres do Grid deste mês, decidiu falar sobre o GP de Miami, cujo começo acontecerá em 2022 e será a segunda corrida em território americano, algo que não acontece desde 1984, quando o calendário acolheu as corridas de Detroit e Dallas. A prova será num circuito semiurbano desenhado no parque de estacionamento do estádio dos Miami Dolphins, de futebol americano.
Contudo, a Liberty Media tem a constatação de que - agora, por causa da pandemia - a competição está demasiadamente europeia. Já disseram que gostariam de ter uma prova em África, mas não será tão cedo. Mas quando eles se libertarem, já planeiam ter um calendário mais mundial. Já têm a Arábia Saudita, a corrida americana, e claro, os que tem de sair serão todos europeus. E um dos que estão na corda bamba é o circuito de Barcelona, palco do GP de Espanha. Que fará de tudo para ficarem.
Resta saber como serão os calendários futuros, não é?
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