Mas as circunstancias da primeira vitória de Michael Schumacher na Ferrari, no GP de Espanha de 1996, roçam o épico e só mostram o estofo dos campeões. De controlar o carro em circunstâncias extremas, superar bólidos superiores a ele e não só vencer, como o de dar muito avanço à concorrência. Curiosamente, duas semanas antes, no Mónaco, também debaixo de chuva, tinha batido na primeira volta... irónico, hein?
É verdade que o Ferrari daquele ano não era nenhuma desgraça - ele lutou pela vitória com Jacques Villeneuve na quarta prova do ano, o GP da Europa, em Nurburgring - mas ele era certamente menos favorito que os Williams do seu rival canadiano e de Damon Hill. Contudo, com a chuva a igualar todos, o alemão aproveitou bem as circunstâncias para mostrar que, como piloto, era superior a todos eles.
Claro, a sua vida ficou facilitada quando no final da primeira volta, seis dos vinte carros presentes foram eliminados em vários despistes e colisões, e no final da volta 20, apenas nove carros continuavam a correr no circuito. Isso normalmente não é motivo para as câmaras seguirem um determinado carro - isso acontece, independemente dos bólidos que circulam na pista - mas o facto de Schumacher estar "a dar um baile" à concorrência, num carro que era à partida, inferior a outros, fez arregalar os olhos de todos que observavam aquela corrida.
Mas a grande moral nisto tudo é que ele, se tivesse uma chance de mostrar o que era capaz, fazia-o. E naquele dia de há 25 anos, mostrou que era um dos melhores, não do pelotão, mas de sempre.
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