terça-feira, 3 de agosto de 2021

A imagem do dia


Há meio século, o mundo estava de novo de olhos postos na Lua, e com uma boa razão: pela primeira vez, duas pessoas guiavam um automóvel noutro corpo celeste. E fizeram-no por alguns dias.

Em julho de 1971, na altura do lançamento da Apollo 15, a grande missão do qual mais de 400 mil pessoas foram mobilizadas ao longo de uma década, tinha sido concretizada. E o público já não estava muito mais interessada nisso, porque tinham conseguido bater os soviéticos na corrida ao Espaço. Contudo, a NASA tinha um conjunto de missões tripuladas para cumprir, embora nessa altura já tinha cortado a hipótese de ir à Lua até meados de 1974, com a Apollo 20, decidindo concentrar-se na próxima geração da exploração espacial, com o Space Shuttle e a reutilização de naves espaciais.

A Apollo 15 era a quinta ida à Lua, quarta bem sucedida - tinha havido o susto da Apollo 13, na primavera do ano anterior - e a tripulação era constituída pelos astronautas David Scott, Alfred Worden e James Irwin, e dentro do módulo lunar tinha uma novidade: o Lunar Roving Vehicle, primeiro automóvel a ser usado num outro corpo celeste, 85 anos depois de Karl Benz ter demonstrado a viabilidade de uma carruagem auto-propulsionada.

Desenhado pela General Motors para caber dentro do módulo lunar e ser desdobrado em vinte minutos, tinha um motor elétrico de 0.18kW e 0.25cv de potência em cada roda, alimentado por duas baterias de prata e zinco que forneciam uma tensão de 36 volts, com capacidade de 121 Ah. Apesar de ter 210 quilos de peso - um pluma - na lua, seria uma pena: apenas 36 quilos. Com uma velocidade máxima de 13 km/hora, tinha uma autonomia de 92 quilómetros. 

Os astronautas usaram o veículo por quase cinco dias, percorreram cerca de 27 quilómetros, a um raio de cinco quilómetros à volta do módulo lunar, essencialmente para recolher amostras. No final da missão, o automóvel foi abandonado, pronto para ser usado pelas gerações seguintes, quando lá aterrarem, num futuro próximo. A missão acabou a 2 de agosto, quando regressaram à Terra, aterrando no Pacifico cinco dias depois, a 7 de agosto. 

As duas missões seguintes, os Apollo 16 e Apollo 17, também levaram os seus Rovers, que foram mais adiante nas suas andanças lunares, e lá estão paradas no nosso satélite, esperando provavelmente por novos condutores. 

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