O cartoon têm seis meses, e de uma certa forma, poderemos falar que ele tinha humor negro. Mais do que o bom gosto - ou a falta dela, se quiserem - este era o tipo de humor que Jean-Louis Fiszman tinha.
Confesso que gosto dos cartoonistas que gostam de automobilismo. Convivi com muitos deles e sou amigo de alguns. Mas Fiszman, francês de nascimento, nascido em 1953, começou a desenhar desde o final dos anos 80, na Auto Plus e na Auto Hebdo, os seus cartoons parodiavam os pilotos e dirigentes da Formula 1, mas também fazia para ralis, Endurance e outra modalidades.
Por uma vez, Fiszman não fez cartoons: foi no fim de semana do GP de San Marino de 1994, devido aos acidentes mortais de Roland Ratzenberger e Ayrton Senna. Por respeito a ambos, o seu espaço na revista ficou em branco. De resto, cartoonizava os pilotos nas suas características principais, como o bigode, no caso do Nigel Mansell, o kilt, no caso de David Coulthard, o hábito samurai, para Kamui Kobayashi, o sombrero, para Sergio Perez, com uma garrafa de vodka, no caso de Kimi Raikkonen, ou um gato negro - simbolo do azar - quando o assunto era Giancarlo Fisichella.
Ao longo de uma geração, Fiszman entreteve os amantes de automobilismo, e as suas criticas ácidas eram signas de aparecer num Charlie Hebdo da vida.
Fiszman morreu este domingo aos 68 anos. O seu derradeiro cartoon foi o da vitória de Thierry Neuville no rali de Ypres, há duas semanas. De certeza que teria sido muito ácido em relação ao que aconteceu em Spa-Francochamps.
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