quarta-feira, 4 de agosto de 2021

A imagem do dia


Graham McRae a caminho do seu lugar na grelha no GP da Grã-Bretanha de 1973, a bordo do seu Iso-Marlboro, a antecessora da Williams. Dos 29 carros que alinharam nessa corrida, foi o 28º qualificado, na frente apenas... do seu compatriota Chris Amon, a bordo do seu cada vez mais problemático Tecno. E a sua corrida acabou alguns metros depois... mas não por causa da carambola da primeira volta. Um acelerador preso foi a causa da sua saída antecipada. 

Mas a carreira de McRae não foi apenas a sua passagem pela Formula 1. Foi muito mais que isso.

Nascido a 5 de março de 1940 em Wellington, tornou-se engenheiro de formação e apaixonado pelo automobilismo. Em 1969, construiu um carro de 1.5 litros com o seu nome, com base um chassis Brabham, e começou a ganhar competições nacionais e lutou contra gente como Graham Hill e Jochen Rindt na Tasman Series, pelo menos nas rondas locais da competição. Foi o suficiente para ganhar a bolsa para a Europa, o mesmo que Bruce McLaren e Dennis Hulme tinham conseguido, quase uma década antes.

Lá, começou a correr na Formula 5000 em chassis McLaren, mas foi na sua terra natal que alcançou as suas primeiras glórias, ao vencer a Tasman Series em 1971, 1972 e 1973, e venceu também a Formula 5000 americana, com três vitórias. Por essa altura, decidiu construir os seus próprios chassis, os McRae, com a ajuda do projetista Len Terry, que tinha feito o Lotus 38 e o Eagle MK1 e a gestão e financiamento de Leon Brooks, e construiu chassis em Poole, na Cornualha inglesa.

Nos anos seguintes, McRae pilotava as suas criações, com variado sucesso. Venceu o Grande Prémio da Austrália por três vezes (1972-73 e 78), participou nas 500 Milhas de Indianápolis de 1973, sendo o Rookie do Ano, apesar de terminar na 16ª posição, e mais tarde, já no final da carreira, participou na Can-Am, com um McRae modificado. 

McRae pendurou o capacete no inicio da década de 80 do século XX, mas os seus carros continuam a fazer parte das competições e reuniões de automóveis antigos, mantidos em condição de competição, pois fazem parte de uma era do automobilismo mundial. 

Quanto ao piloto, morreu nesta terça-feira aos 81 anos, depois de uma longa doença. Mas o seu legado é grande. Ars longa, vita brevis.   

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