quarta-feira, 4 de agosto de 2021

A situação do calendário para 2021


Faltam alguns dias para o final dos Jogos Olímpicos em Tóquio. E porque falo disso? Porque é a partir daqui que as autoridades locais irão decidir se haverá corrida no país. Uma decisão aparecerá por alturas da terça-feira, dia 10 de agosto, e decidirá se a caravana irá ou não a Suzuka no inicio de outubro. Por esta altura, o país do Sol Nascente já tinha cancelado as corridas que tinha previstas para a MotoGP, em Motegi, e do Mundial de Endurance, em Fuji - curiosamente, palco da final das provas de ciclismo de estrada. 

Caso as autoridades decidam cancelar a Formula 1 - e também há dúvidas sobre o WRC, que acontecerá na região central de Honshu, a maior ilha do arquipélago - poderá haver uma espécie de "efeito dominó", que terá muitas implicações e algumas novidades. A primeira das quais é a entrada do Qatar como prova, não só em 2021, mas se calhar por mais anos. 

Segundo conta esta semana o jornalista britânico Joe Saward, o pessoal da Formula 1 está a tentar ver se consegue encaixar as doze provas que faltam para acabar esta temporada, devido aos imensos cancelamentos que tem acontecido porque a situação da CoVid em várias partes do mundo tem andado a diversas velocidades. Se nos Estados Unidos e na Europa as coisas aproximam-se da imunidade de grupo, noutros lados como o extremo Oriente e Austrália, as coisas andam mais atrasadas. Daí que os japoneses queriam não receber qualquer evento desportivo em 2021, incluindo os Jogos, mas os compromissos que tinham assinado com o Comité Olímpico Internacional os obrigaram a fazer seguir em frente.

Então, o que se fala é a possibilidade de duas corridas em solo americano, no Circuito das Américas, em Austin - o COTA - e Bobby Epstein, o seu promotor, chegou a ir a Budapeste para falar com a Formula 1 nesse sentido. Meter um GP das Américas a 17 de outubro, uma semana antes do GO dos Estados Unidos, é a ideia, mas para acontecer, muitas coisas tem de se concretizar. O cancelamento do GP japonês é uma ideia, mas também há noticias de que a Turquia anda tremida porque está na lista vermelha por parte das autoridades britânicas, pois é de onde vêm a esmagadora maioria das equipas.

A história do Qatar é interessante, e até há uma data: 21 de novembro. A ideia pode ser relativamente inesperada, mas poderá arrastar algo mais permanente. É que, como é sabido, o emirado vai acolher o Mundial de Futebol, e pretende algo mais para fazer valorizar as suas instalações e não sair o seu país das bocas do mundo. E como aconteceu com a Rússia, no caso de Sochi, ter um Grane Prémio num lugar não muito longe dos estádios que estão a ser construídos seria uma boa alternativa. E com os bolsos bem fundos, poderá até evitar que a Formula 1 procure mais circuitos para completar os 23 que decidiu ter na sua temporada. 

E ainda nem sabemos se haverá provas no México e Brasil, porque ali, as coisas andam um pouco mais lentas que no resto do mundo. 

Também se fala que Arábia Saudita e Abu Dhabi possam estar a negociar uma troca, para ver qual deles é que acolherá a corrida final do campeonato deste ano. Um pouco improvável, porque isso sempre implica que tenham de abrir os cordões à bolsa, porque a Formula 1 cobra sempre um pouco mais para ser a prova final do campeonato, bem como a prova inicial. Algo do qual os sauditas também ambicionam ser, e do qual já disseram que desejam em 2022. 

Mas isso, como já foi dito acima, só acontecerá se haver o cancelamento da corrida japonesa. E para isso, teremos de esperar mais alguns dias. 

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