Contudo, este ano, surgiu um novo fator a ter em conta: a chuva. Temido por alguns, louvado por outros, ela estava a ser vilipendiada nestes últimos tempo por causa da "não-corrida" de Spa-Francochamps, mas isso foi mais culpa da organização, que não queria arriscar, do que propriamente de uma chuva constante que deixava um spray a pairar na pista, perigoso para os carros. Mas com aquilo na equação, era um pouco "baralhar a voltar a dar". Tanto que Lando Norris conseguiu a pole, numa sessão onde Lewis Hamilton tentou e não conseguiu ficar na frente.
Chegamos a este domingo com a ameaça de chuva a pairar sobre as suas cabeças, mas a pista estava seca quando se aproximava da hora da corrida. Parecia que, se Lewis Hamilton fosse calmo e ponderado, poderia chegar-se à frente, livrando-se dos obstáculos que tinha à sua frente. Mas se fosse pragmático, até nem se daria ao trabalho de buscar esses lugares, porque Max Verstappen estava no fundo da grelha e iria ser complicado - na teoria - de ele chegar aos pontos.
Na frente, Sainz Jr. aguentava Norris, mas na volta 13, conseguiu levar a melhor e regressar ao comando da corrida, enquanto o céu permanecia ameaçador, mas sem previsão de chuva. Por esta altura, Verstappen já estava nos pontos, e subia paulatinamente na classificação.
O primeiro dos da frente a parar foi Carlos Sainz Jr, seguido por Daniel Riccardo, na volta 23, e Norris tinha agora Hamilton atrás de si. Foi na volta 27 que ambos param ao mesmo tempo nas boxes, colocando médios, e esperando ir até ao fim. Hamilton continuava na frente do nerlandês, mas na nona posição, contra o 12º do piloto da Red Bull. E claro, Verstappen começou a subir na classificação. E na frente, Norris continuava a liderar, seguido por Alonso.
Norris teve dificuldades em passar alguns dos pilotos à sua frente, e quando passou para terceiro, na volta 34, a distância para Hamilton era de cinco segundos. Atrás, Mick Schumacher tornava-se no primeiro piloto a retirar-se.
E por fim, na volta 36, Alonso e Perez trocavam de pneus, dando a liderança para Norris. No meio disto tudo, Hamilton dava tudo para ficar ao pé de Norris para o apanhar. Agora, tinha menos de três segundos de diferença entre eles. Atrás, problemas: Verstappen foi passado por Alonso e queixava-se dos pneus.
A dez voltas do final, Norris aguentava Hamilton, enquanto havia avisos de chuva. Com o passar das voltas a a aproximação da meta, Hamilton dava tudo para apanhar Norris e o passar, para vencer e ficar na frente do campeonato, já que Verstappen estava encalhado na sétima posição. Quem andava bem era Sergio Perez, que tinha passado Daniel Ricciardo e era quarto.
Mas a sete voltas do fim, chegou a chuva, Com Hamilton à distância do DRS de Norris... que não pode usar. Mas Norris escapou na curva 5 e aguentou a liderança, apesar de ficar a menos de um segundo de Hamilton. E na volta 48, o tráfego era imparável, para todos irem às boxes e colocar intermédios. Mas até lá, as maluquices: os Aston Martin quase se eliminavam um ao outro, mas tudo correu bem, e todos ficavam na pista... até que Hamilton pensou no campeonato e colocou intermédios na volta 50.
E foi o que foi. Norris tentou uma de Barrichello, mas fracassou totalmente - juventude é assim... - e com a queda maior da chuva, o britânico bateu no muro, perdendo a liderança para Hamilton. No meio da confusão, quem voava para os primeiros lugares era Verstappen, que conseguiu subir para o segundo lugar, menorizando as perdas no campeonato.
E pronto, a história: cem vitórias para Lewis Hamilton, e um campeonato que ainda não está nada decidido. Mas houve coisas que ficaram na história, para além disto. Afinal de contas, uma corrida russa à chuva não é algo que se veja todos os dias. E faltam sete corridas para acabar... com os dois primeiros separados por dois pontos!
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