segunda-feira, 25 de outubro de 2021

A imagem do dia


Fez agora 40 anos, e a dupla comemorou o feito ao lado do carro que os fez famosos. E aproveitaram bem, porque já nessa altura, tinham a concorrência de uma Audi que sabia ter entre mãos um carro muito poderoso, e mais tarde iria mudar o panorama dos ralis para sempre.

Ari Vatanen era mais um dos finlandeses voadores que andavam por aí, como Markku Alen, Henri Toivonen ou Hannu Mikkola, entre outros. Então com 29 anos, Vatanen era veloz nas classificativas, mas apenas no ano anterior tinha ganho a sua primeira prova no WRC, o rali da Acrópole, na Grécia. E no inicio do ano, conseguiram um segundo posto na Suécia.

A luta, naquela temporada, é entre ele e Guy Frequelin, o francês que faz parte da Talbot Sunbeam Lotus, cujo motor era preparado pelo departamento de competição de marca de Colin Chapman. O seu navegador é um tal de Jean Todt. Não tinha vencido ralis até à Argentina, mas a sua regularidade o coloca no rumo do título mundial. Sem poder ir aos ralis do Quénia e da Córsega, tem de ser veloz e acabar à frente dele para ter uma chance. É por isso que ganha novamente na Acrópole, Brasil e nos 1000 Lagos, a sua casa, contra Markku Alen e Hannu Mikkola, agora na Audi, guiando os Quattro.

Quando chega ao Rali RAC, cujas classificativas aconteciam no Yorkshire e no País de Gales, Vatanen era um dos favoritos ao mundial, porque tinha a maioria das vitórias, mas com uma enorme quantidade de pilotos e marcas, quem era o melhor, era aquele que chegasse ao fim inteiro. Primeiro, Toivonen deu nas vistas, liderando, seguido por Mikkola, enquanto Frequein era terceiro, na frente de Russell Brookes. E tudo isto debaixo de chuva e nevoeiro.

Com o passar das classificativas, Mikkola passou Toivonen, que acabou por desistir, enquanto Vatanen andava sempre no limite, mas o seu compatriota estava bem longe - quase doze minutos no último dia - mas quando Frequelin fica para trás de vez, Vatanen sabia que só era preciso levar o carro até ao fim e o campeonato era seu. Foi de nervos, mas quando ele e o seu nevegador, David Richards, cruzaram a meta, ele não poderia estar mais feliz. Todos os ralis são duros - e naqueles tempos, esses ralis eram bem desgastantes - mas aquele, foi certamente o mais complicado de todos, porque decidia um campeonato. 

E Ari Vatanen, há 40 anos, tornava-se campeão do mundo.

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