sexta-feira, 22 de outubro de 2021

GP Memória - Brasil 2006


Depois de dezassete corridas ao longo do ano, e percorrendo os quatro cantos do mundo .- menos África - a temporada chegava ao fim no Brasil, mais concretamente no Autódromo de Interlagos. Com o campeonato mais ou menos conseguido - bastava a Fernando Alonso conseguir mais um ponto - as atenções estavam viradas para Michael Schumacher. Apesar de, tecnicamente, ser candidato ao título, todos celebravam a sua carreira porque aquela era a sua última corrida da sua já longa carreira. E a Formula 1 queria celebrar esse evento, porque sabia que era o final de uma era.   

No final da qualificação, Felipe Massa foi o melhor, como Kimi Raikkonen a seu lado, relegando o Toyota de Jarno Trulli e o Renault de Fernando Alonso para a segunda fila. Rubens Barrichello era quinto, na frente do segundo Renault de Giancarlo Fisichella, enquanto Ralf Schumacher era sétimo, adiante do BMW Sauber de Nick Heidfeld. A fechar o "top ten" ficavam o outro BMW Sauber de Robert Kubica e o Ferrari de Michael Schumacher, que não marcou tempo na Q3, porque tinha sido penalizado devido à troca de motor.

Antes da partida, a Formula 1 decidiu homenagear Schumacher pela sua longa carreira no automobilismo, num prémio que foi oferecido por Pelé. Alguns pilotos estavam ausentes, entre eles Kimi Raikkonen, que depois deu uma explicação que ficou na memória de todos: "estava na casa de banho a largar uma poia". 


Quando as luzes se apagaram, Felipe Massa foi para a frente, na frente de Raikkonen, Trulli e Alonso. Schumacher tentava recuperar alguns lugares para chegar o mais à frente possível nos pontos, enquanto os dois Williams, o de Mark Webber e o de Nico Rosberg, se eliminavam um ao outro, resultando na entrada do Safety Car. Por esta altura, Schumacher tinha passado os dois BMW Sauber e ia no encalço de Alonso.

No inicio da volta seis, com o Safety Car recolhido às boxes, a corrida recomeçou com Massa na frente de Raikkonen e Schumacher a atacar Fisichella para tentar ser quinto e ficar logo atrás de Alonso. O alemão atacou o italiano da Renault nas voltas seguintes, mas quando no inicio da sétima volta ele conseguiu passá-lo, a asa do carro azul toca num dos pneus do Ferrari e este começa a imediatamente a sentir descontrolo na sua direção. Sem querer, Fisichella tinha furado um dos pneus de Schumacher e este cai na classificação, destruindo as chances de vitória.


Trocado o pneu, e com todo o pelotão na sua frente, Schumacher partiu para o ataque. Nas trinta voltas seguintes, iria passar doze carros até chegar aos pontos, e pelo meio, faria alguns gestos que demonstravam porque era dos melhores pilotos de todos os tempos. Na frente, Massa aguentava Raikkonen, pelo menos até ao primeiro reabastecimento, enquanto Alonso era terceiro a a conseguir os pontos que queria para ser campeão. Os primeiros reabastecimentos aconteciam na volta 21, com Massa a ficar na pista e a ver a concorrência nas boxes, mas ele foi a seguir, na volta 23, deixando o comando para Alonso, antes deste reabastecer, na volta 26, caindo de novo o comando para o brasileiro.

Com Schumacher a passar carro após carro, todas as atenções estavam em cima dele. Depois de chegar aos pontos ao meio da corrida, só parou para reabastecer na volta 47, regressando à pista no oitavo posto. Depois de passar Barrichello, ficou atrás de Fisichella, e ali, havia um problema: se passasse o italiano e fosse ao pódio, as chances de um titúlo de construtores para a Renault diminuíam bastante. Aliás, se existisse dobradinha da Scuderia, com Alonso em terceiro e Fisichella sexto, ficaram empatados, e no desempate, a Ferrari venceria. Fisichella fez o possível, mas na volta 62, na travagem para o S de Senna, travou tarde demais e foi para a relva. 


Como ambos tinham se chegado a Kimi Raikkonen, Schumacher partiu para o ataque do finlandês. Na volta 67, no mesmo local, o alemão colocou o seu Ferrari ao lado do McLaren do finlandês e ficou com o quarto posto, numa ultrapassage que todos aplaudiram, afirmando que ele não tinha perdido qualquer dos seus instintos de piloto.

No final, Massa estava na frente para ganhar com folga, na frente de Fernando Alonso e Jenson Button. Michael Schumacher era quarto, mas definitivamente, tinha sido o piloto do dia. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram Kimi Raikkonen, Giancarlo Fisichella, Rubens Barrichello e o segundo McLaren de Pedro de la Rosa. 

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