Concentrados na pista desenhada por Hermann Tilke, descobrimos uma coisa: é ultra-veloz e é apertada, sem escapatórias. Aliás... têm três zonas de DRS, o que é único no sistema de circuitos desta temporada. Um erro e é a morte do artista. E nesta altura, tens de ser perfeito, porque isto pode decidir campeonatos.
E para piorar as coisas, nesta ambiente de guerra entre Red Bull e Mercedes, um incidente de bandeira amarela com Lewis Hamilton no terceiro treino livre não passou despercebido aos energéticos e guardaram como trunfo para deitar para fora, se algo acontecesse com eles.
Com a noite a cair nas margens do Mar Vermelho - e mesmo assim com um calor de quase 30ºC em dezembro - a sessão começou com todos os carros a irem para a pista de pneus moles. E o duelo Red Bull vs Mercedes continuou. Primeiro, Max Verstappen começou a virar 1.28,659, antes dos Mercedes reagirem com 1.28,466 da parte de Lewis Hamilton. Mas apenas na segunda tentativa, porque na primeira, ele ficou preso atrás dos Williams. Depois veio Valtteri Bottas, que ficou entre eles, mas no final, o neerlandês reagiu e fez 1.28,285, antes de Bottas responder com 1.28,057. Verstappen não ficou parado e o tempo caiu para 1.28,021.
Atrás, a luta para ver quem ia para a segunda parte teve algumas surpresas. Se Antonio Giovinazzi seguiu em frente, Sebastian Vettel ficou para trás. E isso surpreendeu até a ele mesmo, com um sonoro "O quê?" para o seu engenheiro. Com ele ficaram o seu companheiro, Lance Stroll, o Williams de Nicholas Latifi e os dois Haas, de Mick Schumacher e Nikita Mazepin.
Quando tudo se normalizou, Hamilton voltou à carga e conseguiu o segundo melhor tempo, 115 centésimos pior que Max. Mas depois, Sergio Perez consegue um tempo de 1.27,946, sete milésimos superior ao seu companheiro de equipa, e para a parte final, Hamilton cravou um tempo de 1.27,712, indo para o topo. Bandeira de xadrez, final da Q2, e para além dos Red Bull e Mercedes, passaram os Alpha Tauri, o Frrari de Leclerc, o McLaren de Norris, o Alfa Romeo de Giovinazzi e o Alpine de Esteban Ocon. Do outro lado ficaram o Williams de George Russell, o Alpine de Fernando Alonso, o Ferrari de Sainz Jr, o McLaren de Daniel Ricciardo e o outro Alfa Romeo de Kimi Raikkonen.
Chegados ao Q3, as tensões subiam porque este era o momento decisivo. E eles iriam calçar os melhores pneus para tirar o seu melhor e definir a grelha num circuito que partir bem parecia ser decisivo.
E a sessão começava com um passo em falso de Hamilton, que saia pela escapatória para evitar que a sua sessão terminasse ali. Conseguiu evitar o muro, e isso foi importante para ele, para o que aconteceu a seguir. Primeiro, quando Max cravou 1.27,653, e ficou na frente da tabela de tempos, Hamilton teve de reagir e conseguiu 1.27,511. E Bottas ficou atrás, a 111 centésimos, forçando Max a reagir.
E reagiu. Só que acabou mal.
Ora, se Max mudar de caixa, por causa do seu acidente, tem uma penalização de cinco posições. E com isso, até o finlandês poderá ser punido com a posição que quiser porque o maior rival estará mais para trás. E claro, lembram-se do incidente com Hamilton no terceiro treino livre? Pois bem, Helmut Marko decidiu usar isso com os comissarios para que ele seja penalizado e perca a pole. Ou seja, se não ganhas na pista, largue as cartas na secretaria. Acho que ainda veremos a pole nas mãos do Charles Leclerc...
Antes desta corrida, o "match point" de Verstappen passou a ser "match point" para Hamilton. Mas domingo... há mais!
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