sábado, 11 de dezembro de 2021

Formula 1 2021 - Ronda 23, Abu Dhabi (Qualificação)


E agora, o momento que todos esperavam: a ronda final do campeonato do mundo de Formula 1 de 2021. Em Abu Dhabi, cujo circuito foi modificado de forma a parecer menos chato que era antes, e que recebeu uma extensão do seu contato até 2030, a competição vive um momento onde os dois primeiros estão empatados em pontos - embora, depois do que se viu em Jeddah, se calhar houve um cheiro de artificialidade - e agora, as tensões estão ao rubro. E claro, de uma maneira ou outra, poderá ser mercada história. Se Hamilton ganhar, será o oitavo título. E o recordista de títulos, o "Greastest of All Time" (GOAT) e para os britânicos, a sensação de que a Formula 1 é a sua coutada. 

Mas se o vencedor for Max Verstappen, as coisas seriam diferentes. Se for ele o vencedor, não só seria uma estreia, como passaria para a história como alguém que bateu Hamilton e terminou com uma era que se arrasta desde 2014, com a introdução dos motores híbridos. E não falo só no Hamilton - Nico Rosberg levou a melhor em 2016 - mas sobretudo, é a Mercedes que foi batida. E isso sria uma mensagem poderosa, ainda por cima, no inicio de uma nova era, com pneus de 18 polegadas, mais cinco que atualmente, e modificações no chassis do qual não sabemos se implicará a continuidade da batalha, um novo domínio da Mercedes ou a entrada de algum novo ator em cena.

Nada disso sabemos. Apenas poderemos especular para o ano, porque agora queremos saber como isto acabará. Este ano perigoso, onde as emoções subiram cada vez mais ao ponto de ebulição. E por causa disso que os "sheiks" abrem os cordões à bolsa, não importa que os seus circuitos sejam sem sabor.


Nas Arábias, a qualificação começa no lusco-fusco, ou seja, depois do por do sol. Claro, em Abu Dhabi é um pouco diferente, porque gostam do por do sol, que dá belas paisagens para as câmaras. Todos saiam das boxes com os moles calçados, e depois do primeiro milho para os pardais, antes de Max Verstappen marcar 1.23,680, na sua primeira passagem pela pista. Hamilton reagiu fazendo um tempo 414 centésimos mais veloz que o piloto neerlandês, reforçado pelo segundo tempo de Valtteri Bottas, 101 centésimos melhor que o piloto da Red Bull. 

A sessão ficou momentaneamente interrompida quando Mick Schumacher arrancou um os cones da pista e ainda sobrou para Lando Norris, que levou com ele que estava no meio da pista. Cone recolhido rapidamente, e a sessão prosseguiu com Hamilton a fazer 1.22.845, para marcar presença na pista. Se Hamilton estava na frente, controlando tudo, atrás, Kimi Raikkonen, os Williams de Nicholas Latifi e George Russell, e os Haas de Nikita Mazepin e Mick Schumacher. Tudo normal, portanto.

Para a Q2, a Red Bull decidiu mudar de tática. Com todos a usar os médios, Max Verstappen e Sergio Perez decidiram usar os moles para tentarem uma tática diferente para superar os Flechas de Prata. Mas os primeiros a marcarem tempo foram Hamilton, que fez 1.23,185, quatro milésimos mais veloz que Max, na sua primeira tentativa. Valtteri Bottas fez o terceiro melhor tempo, 85 centésimos mais lento dos os dois postulantes ao título.

Inesperadamente, com os moles, Carlos Sainz Jr. sobe ao topo da tabela, fazendo 1.23,174, antes de um momento de pausa, porque todos se concentraram nos minutos finais, para fazer a sua volta.    

No final, os Red Bull acabaram por ser melhores, mas por largar de moles, poderiam ter talvez sacrificado a corrida. Max estava na frente de Sergio Perez, com 1.22,800 do neerlandês e Hamilton era terceiro, nada atrás - 1.23,145, mas com médios. Bottas era sexto, também com médios, e Tsunoda era oitavo, o outro com médios.

Entre os que ficaram de fora, foram os Aston Martin, Fernando Alonso, Pierre Gasly e o Alfa-Sauber de Antonio Giovinazzi,


E vamos para o último Q3 do ano. Doze minutos para definir o "top ten", e claro, saber como é que andarão agora na pista. E Max começava bem, com 1.22,109, mais de meio segundo sobre Hamilton, graças aos moles. Hamilton começou a reagir com 1.22,660. Mas depois, descobriu-se a careca: Perez tinha sacrificado a sua volta, fazendo-lhe slipstream para que Max pudesse andar mais depressa. E no meio disto tudo, Yuki Tsunoda fez P3... que foi apagado porque excedeu os limites de pista. Bom demais para ser verdade.

E claro, para o final, ambos saem juntos: Perez-Max, Bottas-Hamilton. Taco a taco, os companheiros a sacrificarem para os galos de combate. Contudo, Hamilton faz 1.22,460 e não conseguiu superar Max. Ele não melhorou, mas a última pole do ano era da Red Bull. E muitos diziam que poderia ser um passeio da Mercedes... contudo, eles usaram os moles, e isso tem outras vantagens que os médios. Já o terceiro era Lando Norris, no seu McLaren.

E os dois largam lado a lado. Vai ser interessante acordar cedo.  


No final, havia uma coisa boa para amanhã: com Red Bull a largar de moles, eles tinham maior aderência no inicio da corrida, mas os seus pneus degradar-se-iam antes, porque os médios aguentariam mais tempo. E eram esses os pneus que a Mercedes iriam usar. Perder hoje para ganhar amanhã? Provavelmente.

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