terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

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Há mais de 50 anos que a Formula 1 aceita patrocinadores para além das gasolineiras e fornecedoras de pneus. Mas se nos primeiros tempos, os principais financiadores eram marcas de tabaco. Philip Morris (Marlboro), R.J. Reynolds (Camel), Imperial Tobacco (Gold Leaf e John Player Special), Benson & Hedges, Embassy, Gitanes e diversos outros, dominavam as carenagens das equipas desde os anos 70 até ao inicio deste século, quando foram obrigados a irem embora por causa das leis ati-tabágicas que foram implementadas um pouco por todo o mundo.

Contudo, hoje em dia, parece que estão a aparecer um conjunto de patrocinadores que parecem a andar em paralelo com as tabaqueiras. São as firas de criptomoedas, que apareceram nos últimos 12 anos, desde a crise mundial de 2008, e o surgimento da Bitcoin. FTX, Crypto.com, socios.com, Binance, entre outros, patrocinam, em maior ou menor grau, equipas de Formula 1. A Tezos patrocina Red Bull e McLaren, e a crypto.com até é um dos patrocinadores principais da Formula 1.

E sendo as criptomoedas ainda serem algo duvidoso em termos de credibilidade - um BTC poderá custar mais de 45 mil dólares - os outros servem para fazer trocas por moedas mais reais como o dólar e o euro, entre outros. Logo, quem se mete nisto é para ganhar dinheiro... dependendo do bom dia de determinada moeda. E com milhões a investirem por causa do famoso FOMO (Fear of Missing Out), o que se deve saber é que toda esta gente... não existia há mais de uma década. É a industria de crescimento mais veloz no mundo, sem sinal de bolhas a rebentar nos próximos tempos.

É o sinal dos tempos. Graças a bancos de dados, que mineram "virtualmente" um pouco por todo o mundo, consumindo crescentes quantidades de energia, pois há milhões que pretendem enriquecer através desta forma. E com esta gente a ganhar milhares de milhões de dinheiro real, e com as equipas a baterem a porta, pedindo um pedaço desses lucros para se manterem competitivo. Ainda não chegamos ao ponto do que havia nos anos 70 e 80, quando gente como John Hogan, o homem da Marlboro, sustentava carreiras desde James Hunt a Mika Hakkinen, desde os seus tempos iniciais até chegarem à categoria máxima do automobilismo.

Poderá chegar o dia em que haja alguém que calce os sapatos de Hogan e vá buscar talentos, como faz hoje a Red Bull, e os sustente até chegar à Formula 1 e se consolidarem. Mas até lá, até que este parte da economia valha o que valha - provavelmente, com a entrada das versões eletrónicas das moedas reais, e que mudarão a maneira como faremos os pagamentos. E se calhar, dará algum sentido a este tipo de moedas, para além de ser bens especulativos. 

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