sexta-feira, 4 de março de 2022

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Nesta sexta-feira, ao final da tarde, foi uma doideira circular ao pé da minha casa. Agora está mais calmo. Mas a razão de todo este pânico é que na segunda-feira haverá um aumento de preço absolutamente forte. A gasolina aumentará 9 cêntimos por litro, mas o gasóleo é que sofrerá o maior aumento: 15 cêntimos.

Filas intermináveis de carros para abastecer, em pânico porque pensavam que não teriam tempo para encher o depósito. E mesmo com a primeira boba fechada, a que está mais ao pé da minha casa, fechada, vi dezenas de carros a circularem ali, pensando que estaria aberta para abastecimento. Na outra bomba que visitei, a fila era grande quer para reabastecer, quer para pagar. 

Isto é a consequência da guerra russo-ucraniana. Provavelmente vamos a caminho de um choque petrolífero semelhante aos de 1973 e de 1979, o primeiro por causa do Yom Kippur, o embargo petrolífero árabe ao ocidente por causa do seu apoio a Israel, e o segundo por causa em embargo ao petróleo iraniano, consequência da queda do Xá e a ascensão do regime teocrático dos "ayatolahs", aliado com a tomada da embaixada americana, do qual fizeram reféns os seus funcionários por 444 dias. 

Ao contrário das outras vezes, estamos melhor preparados para isto: por causa das alterações climáticas, há alternativas para isto. Poderemos trocar por um carro elétrico, ou poderemos deixá-lo em casa e andar e transporte público. E se começássemos a fazer isso, encher os autocarros, poderia ser que existisse mais linhas, mais horários e mais a circular, variando conforme a cidade. 

Logo, em vez de reclamar, agir seria melhor.

Aliás, isto fez lembrar uma conversa que tive com uma velha amiga minha. Ela é professora, e encontrei-a na minha hora de apanhar o autocarro para casa. No meio da conversa, contou-me que tinha trocado de carro no ano passado, um carro... a gasolina. Cujo preço ao litro é o mais caro, e o menos eficiente. E quando soube do preço que pagou pelo carro, cerca de 21 mil euros, fiquei mais espantado ainda. É que por esse preço - mesmo pago a prestações - poderia ter um Renault Zoe ou um Nissan Leaf, ambos elétricos e se calhar, ambos novos. Ainda por cima, já são carros que têm uma autonomia de 300 quilómetros, no mínimo, e quase não custam nada para reabastecer... dizendo melhor, recarregar. 

Em 2021, 25 por cento dos carros novos em Portugal eram elétricos, e previa-se um aumento para os 35 por cento este ano. E não se previa nem esta guerra, nem este possível choque. E fala-se que na semana que vêm, haverá novas sanções à Rússia, e podem passar por um embargo petrolífero. Com as alternativas que existem, não trocar de carro ou deixá-lo em casa... não vou dizer que seja persistir no erro, mas tem de mudar de atitude o mais depressa possível.  

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