A esta altura do campeonato, toda a gente já topou que correr aqui se tornou num embaraço internacional. Claro, os eventos de sexta-feira ainda são marcantes, e pelos vistos, os critérios largos dos donos de equipa no fazem lembrar a frase "money talks, bullshit walks".
"Claro que há tensão, coisas para melhorar, não queremos ser políticos nisso, mas acredito que estamos desempenhando um papel muito importante na modernização deste país.", disse Stefano Domenicalli, o patrão da Formula 1.
E claro, Toto Wolff corrobora: "Para nós, é aceitável correr a 10 milhas de onde caiu um míssil em um tanque de gasolina? Certamente que não. Mas aqui, com a cultura deles, estas coisas acontecem".
O que me faz pensar: se para ali é válido, o que nos impede desta gente correr na capital da Ucrânia, onde caem misseis a uma distância bem menor?
Os pilotos estão inquietos, alguns queriam não correr, mas tiveram de engolir o seu orgulho em nome dos valores mais altos (isto é: dinheiro), mas eles já prometeram regressar ao assunto. Veremos se a sua posição é ou não forte.
Regressando à prova, as coisas começaram com um susto para um dos Ferrari. Aparentemente, no carro de Carlos Sainz Jr, havia uns problemas com a bomba de combustível, do qual tiveram de andar a contra-relógio para o reparar, mas tudo ficou pronto a tempo. Contudo, quem sequer alinhou na grelha foi Yuki Tsunoda, que a caminho da grelha, o seu carro ficou parado, acabando por nem sequer começar. Agora, eram 18 os carros que alinhavam à partida. Coitado do japonês, que sequer deu alguma volta oficial na pista...
Com todos a largarem com médios - as exceções são Magnussen, Hulkenberg e Hamilton, que correrão com duros - os pilotos estavam prontos para a partida do Grande Prémio. E quando o semáforo se apagou, o mexicano continuou na frente, com Max a ser terceiro, depois de passar Sainz Jr. Atrás, o chinês da Alfa Romeo perdia tempo e ia para o fundo do pelotão.
As coisas andavam calmas, ao ponto da parte mais arrepiante foi o "fechamento" de Ocon sobre Alonso na volta 5 na reta da meta. A luta entre os dois carros durou umas duas voltas, mas no final, o espanhol levou a melhor. Mas o francês não desistiu e no meio disto tudo, Bottas estava perto deles. Nas voltas seguintes, enquanto os quatro primeiros estavam longe uns dos outros, era ali onde as câmaras estavam apontadas, porque Kevin Magnussen se juntou à luta. E na volta 15, Hamilton já estava nos pontos.
Por esta altura, os carros da frente começam a ir às boxes para trocar a duros. Os Red Bull foram, mas os Ferrari não. E foi a meio disto tudo, na volta 16, Nicolas Lattifi bateu no muro. Safety Car entrou - era inevitável - e as coisas voltavam a baralhar e voltar a dar. No meio disto tudo, Leclerc tinha ido para a frente, graças à tática que a Ferrari decidiu usar.
E no meio do Safety, polémica: Carlos Sainz Jr foi às boxes e passou na frente de Sergio Perez, para o terceiro posto, mas o lugar caiu no mexicano, algo do qual o espanhol se queixou. Mas quando a corrida recomeçou, na volta 21, o piloto da Ferrari conseguiu o terceiro posto, por consentimento do mexicano da Red Bull.
Na frente, Leclerc continua na frente, com Max atrás e a luta pelo terceiro posto entre Sainz Jr e Perez, enquanto atrás, Hamilton e Magnussen, ambos com duros e sem trocar de pneus no Safety Car, lutavam pelo sexto posto. Um Haas a lutar com uma Mercedes? São as novas regras...
As coisas andavam aborridas até à volta 35, altura em que um atrás do outro, começavam os problemas. Primeiro, Alonso, com o motor a falhar, e logo a seguir, era a vez de Ricciardo a ter a mesma coisa, andando lento para as boxes, e no final, Bottas ia para as boxes mais do que uma vez, caindo na classificação geral. O finlandês acabou por parar de vez, enquanto houve gente que chegaram aos carros para os tentar empurrar para as boxes, numa altura em que... ele estava fechado.
Magnussen entrou durante o Virtual Safety Car, colocando médios, e Hamilton foi apenas no final para meter também médios. E na frente, Max atacava Leclerc para a liderança! Ambos passavam uns aos outros, com o neerlandês a dar tudo, mas o monegasco retorquia. Claro, tudo isto para delírio de quem assistia a isto. E a quatro voltas do final, o neerlandês era o líder da corrida.
E na parte final, as coisas ficaram assim: Max aguentou os ataques de Charles graças ao carro que é rápido nas retas, conseguindo a vantagem necessária para poder ir ao lugar mais alto do pódio. Sainz Jr ficou no lugar mais baixo do pódio, na frente de Perez e Russell. Lewis Hamilton? Apenas décimo. Ao menos, pontuou.
Agora, duas semanas antes de regressarem em Melbourne. E quando à temporada, parece ser bem competitiva. Estes novos regulamentos parece que fizeram bem à Formula 1.
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