terça-feira, 12 de abril de 2022

A frustração de Max Verstappen e o campeonato na mão da Ferrari


Três corridas, uma vitória, dois abandonos. Max Verstappen mostrou-se frustrado com o que aconteceu em Albert Park durante a corrida e salientou que a Red Bull não se pode dar ao luxo de ter tantos abandonos se quiser vencer. Caso contrário, estará fora da luta pelo título ainda antes do meio da temporada. 

Estamos muito atrás”, admitiu Verstappen no final da corrida. “Não quero sequer pensar na luta do campeonato neste momento. É mais importante terminar as corridas”. 

Max concedeu ainda que antes do abandono, a situação do seu carro não estava a ser a ideal, pois em termos de ritmo, perdiam muito terreno para o Ferrari de Charles Leclerc. “Hoje foi novamente um dia mau. Não tivemos ritmo. Estava apenas a gerir os meus pneus para os levar até ao fim. Sabia que não podia lutar contra Charles [Leclerc], por isso não valia a pena pressioná-lo. Nem sequer terminamos a corrida, por isso é frustrante e inaceitável”. 

O piloto neerlandês terminou dizendo que: “se quisermos lutar pelo título, estas coisas não podem acontecer”.

E as queixas dele tem alguma razão. É verdade que a Formula 1 ainda não chegou à Europa - a primeira corrida será dentro de menos de duas semanas, em Imola - e se não tem problemas em relação à competitividade, o problema é a fiabilidade. Num campeonato longo, os atrasos podem ser recuperáveis, se ele ficar na frente do adversário, mas se o "handicap" for de mais de duas corridas em relação ao seu rival, as coisas começarão a ser bem mais difíceis. Especialmente se tiver mais um problema como teve em Shakir e Melbourne, e em contraste, Charles Leclerc triunfar de novo, e de 46, o atraso poderá passar para 71. 

Aí, e mesmo que os problemas com o sistema de combustível sejam resolvidos - apesar de se dizer que sem a Honda a ajudar, é mais complicado -  já não dependeria de ele mesmo para recuperar. E pior: com os constantes rumores de que a Ferrari poderá estar a usar a sua unidade de potencia de forma conservadora - ou seja, para poupar motores, logo, jogar com a fiabilidade, não abdicando de ser competitivo. 

Por outro lado, o erro de Carlos Sainz Jr na Austrália poderá ter balançado as coias a favor de Charles Leclerc. O monegasco é mais veloz que o espanhol, mas agora é um piloto mais maduro e está a aproveitar bem as oportunidades. Alia-se a isso uma unidade de potência que poderá ser mais forte que se pensa - os rumores falam que a Ferrari poderá estar a usar os motores de forma conservadora, ou seja, há mais potência que aquela que têm - e isso quer dizer que poderá ter tudo garantido para eles em 2022. 

O que me fax pensar em 2019. Lembram-se do tal acordo que a FIA e a Ferrari fizeram por causa da unidade de potência que estaria "fora do regulamento"? Como sabem, em 2020, a Scuderia andou para trás, não triunfando e acabando na sexta posição do campeonato. O que poderemos garantir que esta não será a segunda parte desse acordo? 

Bem sei que é mera especulação, mas como sabem, o acordo nunca foi divulgado 

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