domingo, 17 de abril de 2022

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Amanhã, Jochen Rindt iria comemorar o seu 80º aniversário do seu nascimento. O piloto, que apenas viveu nesta terra por 28 anos, fez o suficiente para marcar toda uma geração de pilotos, não só na Áustria, como no mundo. E ironicamente... ele era alemão. Nascera em Mainz e apenas corria com licença desportiva austríaca.

Na realidade, era filho de pai alemão e mãe austríaca. A competitividade veio da mãe, que era jogadora de ténis. Infelizmente, perdeu os pais no bombardeamento aliado a Hamburgo em julho de 1943, e cresceu com os avós, em Graz. Quando começou a sua carreira, em 1964, no GP da Áustria, no aeródromo de Zeltweg, conseguiu alugar um carro à Rob Walker Racing, ter a sua experiência. Algo que sete anos depois, outro piloto local faria o mesmo. Um tal de Niki Lauda...

Rindt era um piloto áspero de caráter. Não queria "rodriguinhos", queria correr e fazer o seu melhor. Tebe um carro em 1966 na Cooper, e ao lado de John Surtees, conseguiu três pódios, e isso incluiu dois segundos lugares em Spa-Francochamps e em Watkins Glen, conseguindo um terceiro lugar no campeonato. No ano anterior, graças a um Ferrari da Ecurie Francochamps, triunfou nas 24 Horas e Le Mans, ao lado do americano Masten Gregory.

Em 1968, depois de uma temporada algo frustrante - apenas dois quartos lugares - Rindt foi para a Brabham. E as coisas não correram muito melhor. Apenas dois terceiros lugares e outros tantos pódios, aliados com boas conduções em corridas, deram o suficiente para que a Lotus o quisesse correr na sua equipa. Rindt pensou bem a ideia, e chegou a falar com Jack Brabham sobre isso, pedindo conselhos. 

O australiano disse o seguinte:

"Se quiseres ser campeão do mundo, então a Lotus é o melhor lugar para conseguires isso. Agora, se pretendes sobreviver na carreira, então o melhor é ficares na Brabham.

Bem pensadas as coisas, o austríaco preferiu a velocidade dos carros de Colin Chapman. Por esta altura, a sua vida particular estava ótima, com o seu casamento com a modelo finlandesa Nina Lincoln, cujo pai, Curt Lincoln, era um sueco que estava na Finlândia há muitos anos e tinha sido piloto, ajudando a desenhar o circuito de Keimola, nos arredores de Helsínquia. Pouco depois, nasceu a sua filha Natasha. 

E por essa altura, tinha feito uma amizade com o escocês Jackie Stewart, um os melhores pilotos do pelotão da altura. Ambos estavam a morar na Suíça, e conviviam com as famílias. Outro bom amigo era outro escocês, Jim Clark. E quando soube do seu acidente mortal, em abril de 1968, poucos dias antes do seu 26ª aniversário, esteve presente no seu funeral, na Escócia, e aquilo afetou-o. Disse-o a Heinz Pruller, seu amigo e compatriota: "Se acontece isto ao Clark, que poderá acontecer a nós?"

E Rindt até chegou a experimentar as 500 Milhas de Indianápolis, e 1967 e 68, ambos num Brabham. Não gostou, disse até: "estou aqui pelo dinheiro", e disso não tirava prazer.  

No final, Rindt acabou na Lotus. Sabia da sua rapidez e da sua pouca fiabilidade. Brincava até: "sempre que for ultrapassado pela minha própria roda, já sei que estarei a guiar num Lotus". Mas a realidade que estava muito nervoso. Queria ser campeão do mundo o mais depressa possível, de preferência... vivo.

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