segunda-feira, 9 de maio de 2022

No Nobres do Grid deste mês...


Imaginem um ciclista como conhecemos hoje, daqueles que fazem as clássicas como o Tour de France ou o Giro D'Itália. Alguém que pedala por 250 ou 300 quilómetros, por montes, vales e planícies, esforçando-se por bater a concorrência, e no final de cada dia está estafado. Agora imagina que faz isso tudo bem, ao ponto de ser dos melhores da sua geração, para de repente, trocar as suas pelas quatro rodas. Ainda por cima, com motor. E faz ainda melhor! 

Hoje em dia, com o profissionalismo existente em todas as modalidades, largar uma rumando a outra é muito mais dificil. Mas no inicio do século XX era mais fácil, e a história de um dos melhores pilotos do inicio desse século, piloto da Alfa Romeo, vencedor da Targa Florio, e quando morreu, a equipa assinalou a sua perda cortando um dos cantos do seu símbolo e retirando permanentemente o seu número... pelo menos, nos carros italianos.

Como ando a falar muito sobre os pilotos de há cem anos, este mês, é a altura de contar a história de Ugo Sivocci.

(...)

Em 1922, participa na Targa Florio com Campari e Ascari, mas quem leva a melhor e outro compatriota deles, Giulio Masetti, que corre num Mercedes. Sivocci não consegue mais do que o nono posto, mas noutras probas, o desfecho é algo diferente, como por exemplo, um segundo lugar no Parma-Poggio Berceto, a bordo de um Alfa 20-30 ES Sport. 

No ano seguinte, aparece o modelo RL, e torna-se muito melhor. Inscrebe-se na Targa Florio, ao lado de Ascari e Masetti, este vindo da Mercedes. Os carros vermelhos estavam pintados com um travo de quatro filhas verde num losango de fundo branco e ao longo da corrida, está atrás de Ascari ao longo da corrida, até que na parte final, este tem problemas com o motor e Sivocci aproveita e fica com o comando, acabando por triunfar, na frente de Ascari e o Steyr de Ferdinando Minoia. Torna-se na primeira grande vitória da equipa do Quadrifoglio no automobilismo na cena internacional e claro, a sua primeira grande vitória na sua carreira. E a partir dali, os carros termia sempre o travo de quatro folhas nos seus carros.

No final do ano, era a altura do GP de Itália, que no segundo ano seguido iria ser em Monza. A Alfa Romeo iria participar em força, com Ascari, Sivocci e Campari. Todos corriam com o modelo P1. Na altura, os pilotos guiavam com os seus mecânicos, e o de Sivocci era Angelo Guatta. Inscrito com o número 17, o pessoal em Arese tinha-se esquecido de uma coisa: pintado o Quadrifoglio Verde na sua carenagem. (...)

Há cem anos, a Alfa Romeo era das melhores equipas de automobilismo, com gente como Antonio Ascari, Enzo Ferrari, Giuseppe Campari e o senhor do qual falo este mês, Ugo Sivocci. Um dos pilotos que, por causa dele, a marca criou o símbolo Quadrifoglio, o trevo de quatro folhas, e que ajudou a marca a ganhar a Targa Florio, uma das maiores provas de resistência do automobilismo.

E é sobre Sivocci que escrevo este mês no Nobres do Grid

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