segunda-feira, 1 de agosto de 2022

A imagem do dia


Sejamos honestos: todos fomos apanhados de surpresa com o anúncio desta segunda-feira da chegada de Fernando Alonso à Aston Martin, em 2023. Mas a realidade, lendo especialmente este artigo da Autosport britânica, pode-se explicar estas movimentações como uma questão de oportunidade e de não perder tempo. É que entre o anúncio da retirada de Sebastian Vettel e este anúncio não demorou mais que cinco dias. O alemão anunciou a retirada na quarta-feira a Lawrence Stroll, na véspera do anúncio público, e a partir dali a máquina se colocou em movimento, para evitar todo um mês (ou mais) de especulações. Trataram tudo o mais rapidamente possível.

Mas para tratar isso de um dia para o outro, digamos assim, então, já deveriam ter uma ideia. Não digo que o alemão tivesse avisado que iria embora antes da data prevista, mas se creio que umas simples observações sobre o seu comportamento, ao longo desta temporada, poderiam entender tal coisa. E não ficaria admirado se não tivessem andado a "apalpar o terreno" para saber da abertura de uma possível entrada deste ou daquele piloto para a equipa a partir de 2023. Quero acreditar - e tudo indica nesse sentido - que Alonso era o plano A.

Mas há outra boa chance porque Alonso aceitou o desafio da Aston Martin. A Julianne Cerasoli, no seu Twitter, falou que desde há algum tempo que o piloto espanhol queria um contrato de duas temporadas para continuar, algo do qual a Alpine não queria, apenas uma temporada, dada a sua idade. Numa situação onde ambos os lados ainda estavam num impasse, a situação da equipa de Silverstone deverá ter sido a que Lawrence Stroll ter dado as condições que ele queria. Ou seja, correr até à temporada de 2024 e se calhar, ainda mais. Nessa altura, ele terá 43 anos, a idade que Michael Schumacher tinha em 2012, a sua última temporada na Formula 1.

Agora que sabemos disto tudo, resta saber o que ele fará numa equipa que em 2022, é nona no campeonato, com 20 pontos. Os pilotos entram ali para serem mais valias. Alonso terá de entrar ali para mostrar que com ele, a equipa evolui. E o seu currículo, por mais impressionante que seja, tem problemas grandes. O primeiro dos quais é que não vence corridas desde 2013, em Espanha, e desde 2015 que não consegue melhor posição que décimo na geral, que é onde está agora, nesta temporada.

A sensação que tenho disto tudo? Ao apostar na experiência, poderá ser que consiga evoluir alguma coisa nos carros verdes. Mas não no sentido de pódios ou vitórias. O seu tempo, receio bem, poderá ter passado.   

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