Tudo começou a 29 de julho, quando inesperadamente, o CAMG emitiu um comunicado afirmando que iria sair do seu centro nevrálgico devido à falta de apoio nos moldes habituais por parte da autarquia da Marinha Grande, tendo o clube da cidade sido obrigado a encontrar em tempo record uma alternativa. Isso, a acontecer, seria a quebra de uma tradição com 40 anos, porque o rali - desde os tempos em que se chamava "Rota do Sol" - sempre saiu da Marinha Grande, para andar nas classificativas espalhadas pela região de Leiria, desde Figueiró dos Vinhos até a Pombal, entre outros lugares.
Uma fonte do Clube Automóvel da Marinha Grande revelou no final do mês passado ao site SportMotores.com que "a prova não está em risco, irá ser disputada dentro do que estava previsto só que noutro local, deixando de passar na zona do pinhal. Nos próximos dias a nova localização será divulgada."
Contudo, alguns dias depois, a CAMG anunciou que o rali ficaria na cidade que organiza desde então e tem sido o seu centro nevrálgico, aparentemente depois de terem aparecido apoios financeiros de entidades privadas. Curiosamente, ao contrário do que aconteceu no dia 29, não houve comunicado oficial a fazer este anúncio.
As explicações apareceram mais tarde, na edição do dia 11 de agosto do Jornal de Leiria, através do responsável da comunicação da CAMG.
"A prova vai ser organizada com os mínimos, os troços serão os mesmos par evitar custos de preparação, mas a segurança e o espetáculo estão garantidos", começou por dizer.
Com um orçamento de 180 mil euros, o clube explicou que "apenas 100 mil foram elegíveis ao apoio municipal que deveria apoiar com 60 por cento, mas, por ter uma verba de 350 mil para bárias associações, atribuiu 40 por cento. O clube vive do rallye e do associativismo por isso não poderia colocar em causa a sua viabilidade económica por causa de um buraco de 20 mil euros para realizar a proba.", assegurou o mesmo responsável.
Quanto à diferença de orçamento, acabou por ser coberta "por empresas do concelho que se uniram para ajudar".
Da parte do município, este explicou ao mesmo jornal que "vai conceder um apoio financeiro de 38.945,28 euros para a organização" da proba e "criou condições para potenciar o impacto do evento, com a Festa do Rallye, introduzindo a componente cultural, de animação e do apoio logístico, o que totaliza um apoio superior a 73 mil euros".
Contudo, o CAMG afirma que "a festa foi uma ideia que o clube teve no ano passado, mas foi assumia pela Câmara Municipal pelo que o apoio não é para o clube ou para as despesas da prova."
Aurélio Ferreira, presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, afirmou sobre o evento que é algo com história e prestígio para o concelho e a região. Começou por dizer que esta iniciativa "assume uma especial relevância para o concelho e a região pela história que representa um evento com mais de 50 anos, divulgando e dignificando a tradição e a indústria vidreira, na designação da prova."
"No Ano Internacional do Vidro, congratula-nos poder contar em este evento desportivo de projeção nacional e internacional", com o autarca a enaltecer ainda "a importância da atração de praticantes e apoiantes ao concelho, durante a realização das competições e a excelência conferida pela organização, largamente reconhecia", concluiu.
Em suma, tudo acabou em bem de uma situação que poderia ter sido grave e colocado o rali em risco. Espera-se que esta situação seja corrigida nos tempos mais próximos, dada a importância que tem esta prova para o concelho e a região.
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