Contudo, no sábado, Albon teve de ir às pressas para o hospital de Milão para ser tratado a uma apendicite. Foi substituído por Nyck de Vries, que fez um excelente trabalho ao levar o carro para um nono posto, logo na sua primeira corrida e logo nas circunstâncias em que aconteceu.
Parecia que tudo estava bem, mas nesta manhã, a Williams contou que Albon teve "complicações pós-operatórias", chegando até a passar a noite de sábado para domingo "em ventilação".
O jornalista Chris Medland contou os pormenores na sua conta do Twitter:
"[Albon] sofreu complicações anestésicas pós-operatórias inesperadas que levaram a uma insuficiência respiratória, uma complicação conhecida, mas incomum. Ele agora foi transferido para uma ala geral e deve voltar para casa amanhã. Não houve outras complicações."
“O foco total de Alex está na recuperação e preparação antes do GP de Singapura, no final deste mês.”
Já sofri na pele as complicações de "uma operação simples". Foi numa quinta-feira de janeiro de 1998 - está a fazer 25 anos. Enquanto estudava para os exames da universidade - e depois de ter visto o filme "Tubarão" - sofri dores abdominais fortes, ao ponto de, pelas 4 da manhã, ter de chamar uma ambulância, apesar de morar num local a cinco minutos do hospital e ser um jovem com - então - 21 anos. Pelas 18 horas dessa quinta-feira, acabei com o apêndice extraído.
Mas, sem saber, tinha uma complicação. Ele deverá ter rompido uns tempos antes. Dias, ou se calhar, meses - tivera uma crise no verão anterior, mas como não houve complicações, mandaram-me para casa, e as dores desapareceram. Acabei por ter uma peritonite que, no limite, colocou-me nos cuidados intensivos, e até aconteceu uma transferência hospitalar, para além de uma operação para retirar líquido acumulado, uma laparactomia.
No final, foram duas semanas nos cuidados intensivos, quatro transfusões de sangue e um de plasma, três e quatro frasquinhos de penicilina por dia para debelar a infeção, potencialmente mortal - foi assim que o Harry Houdini morreu, em 1926 - um tubo intravenoso no pescoço, outro na uretra e um terceiro no nariz, até ao estômago, para aspirar a bílis que lá se acumulava. Dou graças aos deuses pela descoberta do Dr. Fleming, e não ser alérgico a ela, porque foi assim que sobrevivi.
No final, fiquei 40 dias no hospital, recuperando de algo que deveria demorar uns dias. Só para demonstrar que há coisas enganadoramente simples e mesmo um apêndice rebentado poderá esconder algo mais grave. E pode acontecer a qualquer um, não interessa se é jovem e famoso, com o Alex, ou jovem e anónimo, como eu.
Desejo as melhoras para ele, e que apareça em forma para o resto da temporada.
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