Mas o que queria trazer para aqui era a pessoa que está a ser o mestre de cerimónias do funeral. Trata-se de uma personagem bem interessante. Oficialmente, é o 18º Duque de Norfolk, mas o seu nome é Eddie Arundel. E não é uma personagem qualquer. Ele foi um dos muitos membros da nobreza que na sua juventude se aventurou no automobilismo. E nos anos 80 do século passado, o expoente máximo foi Johnny Dumfries, que chegou à Formula 1, correndo pela Lotus em 1986, ao lado de Ayrton Senna.
Arundel não foi assim tão longe, mas fez mais coisas. Até foi construtor! Sem grande sucesso, mas foi.
E a história conta-se assim:
Eddie Arundel nasceu a 2 de dezembro de 1956 e é um apaixonado por automobilismo, encomendou em 1984 a construção de um chassis para correr na classe C2 do Mundial de Sport-Protótipos. Com um motor Cosworth de 3 litros, encomendou o chassis a Gary Anderson - que mais tarde iria desenhar os primeiros Jordan de Formula 1 - e o carro ficou pronto nos 1000 km de Silverstone, onde ele iria competir ao lado de James Weaver. O carro foi inscrito pela Scorpion Racing, nas não foi longe: acabou por ser desqualificado.
O bólido não andou muito nos dois anos seguintes, até que em 1986, na série Thundersports, o carro se acidentou e ficou bastante danificado, parando durante algum tempo. John Bartlett e Robin Donovan compraram os restos do chassis, reconstruiram-no e rebatizaram-no de Bardon. Esse chassis correu em 1986 e 87, nas 24 Horas de Le Mans, com gente como Nick Adams, Kenneth Leim e Max Cohen-Olivar. A sua última prova foram as 9 Horas de Kyalami de 1987, e após isso foi reconstruído por Duncan McKay e Ian Fraser, e desde então, participa em corridas históricas em Le Mans.
Quando a Arundel, a sua carreira no automobilismo não foi longa, porque decidiu melhor cuidar dos negócios da família e os seus deveres reais. Contudo, os genes ficaram: o seu filho Henry Arundel correu na Formula BMW UK em 2007 e em 2008-09, esteve na Formula 3, correndo pela Raikkonen-Robertson e pela Carlin, respetivamente, acabando na nona posição na temporada de 2009. Depois disso, também largou o automobilismo para se dedicar primeiro à finança, e depois aos deveres da propriedade e do castelo, porque ele é o herdeiro.
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